Por Letícia Vidica
- Gente, preciso confessar uma coisa – disse Lili com os olhos brilhantes – acho que estou apaixonada pelo Johnny... não consigo parar de pensar nele
- Pelo Johnny?! – dissemos e engasgamos juntas – eu e a Betina – com o chocolate quente que tomávamos sentadas no sofá da casa da Lili
Recapitulando: O Johnny era amigo de um amigo nosso, o Pepe. Nos conhecemos num churrasco que o Pepe fez na casa dele e, desde então, o Johnny entrou para a nossa turma. Ele era um cara legal, simpático e até bonitinho, mas não fazia o meu tipo.
- Nossa, por quê a surpresa? O cara é o maior gato...
- Eu não vejo a menor graça nele – respondi – mas fico feliz em saber que você está apaixonada. Significa que esqueceu o Beto, né?
- Acho que sim...mas o que eu faço?!
Prometemos à Lili que íamos dar uma de cupido para tentar unir os pombinhos. Por isso, resolvi oferecer um jantarzinho no meu apê e convidei o prato principal: o Johnny.
A Lili estava toda animada e fazíamos de tudo para deixar os dois sozinhos. O problema é que parecia que o cara estava fugindo dela.
- Valeu pela ajuda, gente, mas acho que o Johnny não quer nada comigo não... viu como ele me evitou? Fiz de tudo, mas... – disse Lili tristonha, enquanto me ajudava a limpar as coisas.
- Tenha paciência, Li ... tem caras que demoram para perceber, vai ver ele é um desses.
***
“Trimmm, trimmm, trim.”.
Saí do chuveiro correndo e fui atender o telefone.
- Alô? Diana?
- Oi, Johnny?
- Tudo bem? Acho que esqueci a minha carteira na sua casa ontem a noite, posso passar aí para pegar?
- Claro!
- Então, abre a porta
Brincalhão como sempre, o Johnny já estava plantado na porta da minha casa. Me troquei e abri.
- Ainda bem que não tinha dólares né?
- Adorei o jantar ontem...
- Ai, que bom... Johnny, posso te fazer uma pergunta?
- Claro.
- O que você acha da Lili?
- A Lili é uma grande amiga...
- Mas só?
- Já sei o que você quer saber... faz um tempo que eu vejo que a Lili mudou comigo, está agindo estranho ... ela está gostando de mim não está?
- Nossa, você e modesto ... mas acertou!
- O problema é que eu não quero magoá-la... eu não gosto dela, eu gosto de outra pessoa...
Não há coisa pior no mundo do que ouvir o cara que a sua amiga venera dizer que não está afim dela. É como se você tivesse levado um fora!
- Poxa, Johnny... que pena, mas tente, saíam, quem sabe...
- Num rola, Di... é difícil , mas ... eu gosto de você!
- O quê?!
Pior ainda é descobrir que o cara que a sua melhor amiga está apaixonada é afim de você. A gente se sente uma traidora, mesmo sem ter feito nada com ele. E agora?!
***
- O Johnny apaixonado por você?! – perguntou boquiaberta Betina
- Ele confessou há duas semanas e não para de me ligar... e eu estou sem coragem de contar pra Lili ...
- Dificil mesmo, mas temos que contar... a Li esta cada vez mais apaixonada ... ela não pára de falar no Johnny ... ela precisa se desiludir ...
- Amanhã mesmo , eu vou contar ...
Fui para casa confusa. Eu nunca havia passado por situação semelhante e não era nada fácil. Ao chegar na porta do prédio, um homem se aproximou de carro, parou, abriu os vidros e disse:
- Oi, mocinha...
Era o Johnny me convidando para comer algo. Como estava faminta e precisava dar um ponto final naquela história, aceitei. Fomos até um bar próximo.
- Pensou na minha proposta?
- Que proposta?
- A de ficar comigo
- Johnny, isso é loucura. A minha melhor amiga é gamadona em você e eu não posso fazer isso...
- Já falei que não tem nada a ver entre eu e a Lili ... meu negócio é você ... você vai deixar de ser feliz por isso? A Lili é crescida e vacinada. Ela vai entender.
- Não dá, Johnny ... ela é minha melhor amiga.
Terminamos de comer e o Johnny me deixou em casa. Na porta do prédio, quando estávamos nos despedindo, ele se aproximou. Olhou no fundo dos meus olhos e tentou me beijar, mas eu fui mais forte e o evitei.
***
No dia seguinte, fui até a casa da Lili. Eu tinha que alertar a minha amiga, antes que o estrago fosse maior.
- Di, que surpresa... entra aqui, preciso te mostrar uma coisa... acabei de ler meu horóscopo e diz que um amigo próximo vai se declarar... será o Johnny?
- Ai, que bobagem, Lili...
- Ué, você acha que não? Mas é muita coincidência, Di
- Horóscopo é tudo bobagem ...
- Não to te entendendo ...
- O assunto é sério, Lili
Eu não sabia como dizer. Se eu fosse curta e grossa, seria mais fácil, mas a Lili poderia ter um treco e cair dura na sala. Se eu ficasse rodeando, poderia perder a coragem de contar.
- É sobre o Johnny ... eu conversei com ele ... e ... e ... ele disse que ... você é uma grande amiga, mas que não passa disso.
Os olhos de Lili se encheram de lágrimas e ela sentou no sofá. Permanecemos caladas por alguns minutos. Ela se levantou, enxugou as lágrimas e começou a andar.
- Me sinto ridícula, Di. Eu me apaixonei como uma adolescente ... fiquei cega e nem percebi que o cara não queria nada comigo ... que idiota! Como eu vou olhar na cara dele agora?
- E tem mais, Li ... o Johnny está... está... afim de mim – pronto falei!
- O quê?! De você? Mas ... mas...
- Calma, não rolou nada e nem vai rolar. Ele não pára de me ligar, esta insistindo, mas eu não posso fazer isso com você ... nossa amizade vale muito mais do que um homem.
- Poxa, Di... eu não esperava, mas se tiver afim... vai fundo...eu vou entender
Nos abraçamos. O Johnny era uma cara gato, legal e simpático. Eu poderia ficar com ele, mas preferi prezar pela amizade – dele e da Lili. Tem coisas que não valem a pena. E perder dois grandes amigos só para saber como era beijar e ir pra cama com o Johnny não valia...
A Lili sofreu por uns tempos. O Johnny insistiu mais um pouco, mas logo outro rabo de saia chamou mais a atenção dele e nós continuamos bons amigos.
Papo de calcinha: Isso já aconteceu com você?
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- Gente, preciso confessar uma coisa – disse Lili com os olhos brilhantes – acho que estou apaixonada pelo Johnny... não consigo parar de pensar nele
- Pelo Johnny?! – dissemos e engasgamos juntas – eu e a Betina – com o chocolate quente que tomávamos sentadas no sofá da casa da Lili
Recapitulando: O Johnny era amigo de um amigo nosso, o Pepe. Nos conhecemos num churrasco que o Pepe fez na casa dele e, desde então, o Johnny entrou para a nossa turma. Ele era um cara legal, simpático e até bonitinho, mas não fazia o meu tipo.
- Nossa, por quê a surpresa? O cara é o maior gato...
- Eu não vejo a menor graça nele – respondi – mas fico feliz em saber que você está apaixonada. Significa que esqueceu o Beto, né?
- Acho que sim...mas o que eu faço?!
Prometemos à Lili que íamos dar uma de cupido para tentar unir os pombinhos. Por isso, resolvi oferecer um jantarzinho no meu apê e convidei o prato principal: o Johnny.
A Lili estava toda animada e fazíamos de tudo para deixar os dois sozinhos. O problema é que parecia que o cara estava fugindo dela.
- Valeu pela ajuda, gente, mas acho que o Johnny não quer nada comigo não... viu como ele me evitou? Fiz de tudo, mas... – disse Lili tristonha, enquanto me ajudava a limpar as coisas.
- Tenha paciência, Li ... tem caras que demoram para perceber, vai ver ele é um desses.
***
“Trimmm, trimmm, trim.”.
Saí do chuveiro correndo e fui atender o telefone.
- Alô? Diana?
- Oi, Johnny?
- Tudo bem? Acho que esqueci a minha carteira na sua casa ontem a noite, posso passar aí para pegar?
- Claro!
- Então, abre a porta
Brincalhão como sempre, o Johnny já estava plantado na porta da minha casa. Me troquei e abri.
- Ainda bem que não tinha dólares né?
- Adorei o jantar ontem...
- Ai, que bom... Johnny, posso te fazer uma pergunta?
- Claro.
- O que você acha da Lili?
- A Lili é uma grande amiga...
- Mas só?
- Já sei o que você quer saber... faz um tempo que eu vejo que a Lili mudou comigo, está agindo estranho ... ela está gostando de mim não está?
- Nossa, você e modesto ... mas acertou!
- O problema é que eu não quero magoá-la... eu não gosto dela, eu gosto de outra pessoa...
Não há coisa pior no mundo do que ouvir o cara que a sua amiga venera dizer que não está afim dela. É como se você tivesse levado um fora!
- Poxa, Johnny... que pena, mas tente, saíam, quem sabe...
- Num rola, Di... é difícil , mas ... eu gosto de você!
- O quê?!
Pior ainda é descobrir que o cara que a sua melhor amiga está apaixonada é afim de você. A gente se sente uma traidora, mesmo sem ter feito nada com ele. E agora?!
***
- O Johnny apaixonado por você?! – perguntou boquiaberta Betina
- Ele confessou há duas semanas e não para de me ligar... e eu estou sem coragem de contar pra Lili ...
- Dificil mesmo, mas temos que contar... a Li esta cada vez mais apaixonada ... ela não pára de falar no Johnny ... ela precisa se desiludir ...
- Amanhã mesmo , eu vou contar ...
Fui para casa confusa. Eu nunca havia passado por situação semelhante e não era nada fácil. Ao chegar na porta do prédio, um homem se aproximou de carro, parou, abriu os vidros e disse:
- Oi, mocinha...
Era o Johnny me convidando para comer algo. Como estava faminta e precisava dar um ponto final naquela história, aceitei. Fomos até um bar próximo.
- Pensou na minha proposta?
- Que proposta?
- A de ficar comigo
- Johnny, isso é loucura. A minha melhor amiga é gamadona em você e eu não posso fazer isso...
- Já falei que não tem nada a ver entre eu e a Lili ... meu negócio é você ... você vai deixar de ser feliz por isso? A Lili é crescida e vacinada. Ela vai entender.
- Não dá, Johnny ... ela é minha melhor amiga.
Terminamos de comer e o Johnny me deixou em casa. Na porta do prédio, quando estávamos nos despedindo, ele se aproximou. Olhou no fundo dos meus olhos e tentou me beijar, mas eu fui mais forte e o evitei.
***
No dia seguinte, fui até a casa da Lili. Eu tinha que alertar a minha amiga, antes que o estrago fosse maior.
- Di, que surpresa... entra aqui, preciso te mostrar uma coisa... acabei de ler meu horóscopo e diz que um amigo próximo vai se declarar... será o Johnny?
- Ai, que bobagem, Lili...
- Ué, você acha que não? Mas é muita coincidência, Di
- Horóscopo é tudo bobagem ...
- Não to te entendendo ...
- O assunto é sério, Lili
Eu não sabia como dizer. Se eu fosse curta e grossa, seria mais fácil, mas a Lili poderia ter um treco e cair dura na sala. Se eu ficasse rodeando, poderia perder a coragem de contar.
- É sobre o Johnny ... eu conversei com ele ... e ... e ... ele disse que ... você é uma grande amiga, mas que não passa disso.
Os olhos de Lili se encheram de lágrimas e ela sentou no sofá. Permanecemos caladas por alguns minutos. Ela se levantou, enxugou as lágrimas e começou a andar.
- Me sinto ridícula, Di. Eu me apaixonei como uma adolescente ... fiquei cega e nem percebi que o cara não queria nada comigo ... que idiota! Como eu vou olhar na cara dele agora?
- E tem mais, Li ... o Johnny está... está... afim de mim – pronto falei!
- O quê?! De você? Mas ... mas...
- Calma, não rolou nada e nem vai rolar. Ele não pára de me ligar, esta insistindo, mas eu não posso fazer isso com você ... nossa amizade vale muito mais do que um homem.
- Poxa, Di... eu não esperava, mas se tiver afim... vai fundo...eu vou entender
Nos abraçamos. O Johnny era uma cara gato, legal e simpático. Eu poderia ficar com ele, mas preferi prezar pela amizade – dele e da Lili. Tem coisas que não valem a pena. E perder dois grandes amigos só para saber como era beijar e ir pra cama com o Johnny não valia...
A Lili sofreu por uns tempos. O Johnny insistiu mais um pouco, mas logo outro rabo de saia chamou mais a atenção dele e nós continuamos bons amigos.
Papo de calcinha: Isso já aconteceu com você?
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