sábado, junho 26, 2010

O QUE DIZEM OS ASTROS?



Por Letícia Vidica

- Tá decidido! Agora eu só vou me apaixonar por caras de Câncer com ascendente em Touro. Não vou mais perguntar se ele é gay ou se é casado. Vou perguntar se ele é de Câncer.

- Que papo maluco é esse, Lili? - eu perguntava sobre a declaração filosófica da minha amiga.

- Fui numa taróloga essa semana e ela me disse que o homem da minha vida é de Câncer.

- E você acreditou?

- É claro que eu acreditei. A mulher é muito boa, falou tudo sobre mim...disse até que o Luís Otávio não serve para mim.

- E você precisou ir até uma taróloga para confirmar que o Luis Otávio é um cafajeste? - retrucava Betina já impaciente com a nova maluquice da Lili - Eu que não perco tempo com essas coisas.

- Pois vocês deviam ir...aposto que as cartas iam te dizer o motivo da sua amargura, Betina.

E será que as cartas falariam? Foi o que fiquei me perguntando depois daquela conversa. Eu nunca fui muito ligada nesse lance de horóscopo, numerologia, tarô, búzios e tudo o mais que os astros poderiam dizer sobre mim. Sou mais do tipo que acredita desacreditando.

Apesar de não ligar muito para essas coisas, confesso (mas que isso fique bem entre nós) que sempre dou uma olhadinha na página do horóscopo do jornal. Mesmo que na maioria das vezes eu não consiga decifrar aquele bando de palavras difíceis que não fazem sentido, sempre fico matutando sobre o que ele quis me dizer.

Lembro-me que, quando era adolescente, adorava ler aqueles revistinhas de astrologia que diziam tudo o que aconteceria comigo a cada dia do mês, faziam combinações do amor, davam dicas sobre as cores do meu signo e etc...Eu, como era uma jovem boba, acreditava em tudo.

Depois do passar dos anos e de me relacionar com quase todos os homens do Zodíaco, desencanei um pouco. Acho que me desiludi ao ver que nenhum deles servia para mim. Talvez porque o signo dele ainda não tenha sido criado pelos astros.

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Sou virginiana com ascendente em Sagitário (pelo menos foi o que disse aquele astrólogo famoso que eu ouço no rádio todos os dias antes de chegar ao trabalho). Perfeccionista, pé no chão, mas que se deixa levar para as nuvens e se enganar toda vez que encontra um novo amor.

Aquela conversa com a Lili tinha me deixado um pouco balançada. Há tempos que eu estava querendo me entender um pouco mais e tirar algumas dúvidas que talvez só as cartas me dariam as respostas. Mas será que valia a pena pagar por isso?

- Gente, fui numa cartomante MA-RA-VI-LHO-SA!!! - confessava Patrícia, minha colega de trabalho durante a hora do almoço - a mulher é porreta. Acertou tudo sem eu ao menos perguntar. Acredita que ela me disse que o pilantra do meu ex me traía?

- Nossa, é boa mesmo né?

- Se quiser eu te levo lá, Diana.

- Acho que no meu caso nem os astros resolvem... - eu disse com vergonha de assumir a minha curiosidade pelas cartas

- Bobagem. É sempre bom ter uma orientação. Se você quiser, eu te levo lá.

- Vou pensar, mas muito obrigada.

Foi o que eu fiz. Pensei e pensei e pensei. Será que ir a uma cartomante seria bom? Que mal teria passar por uma consulta? O máximo seria eu desacreditar de tudo que as cartas me diriam e fingir que nada daquilo era verdade, mas será que eu conseguiria?

Tenho que confessar que eu sempre tive medo do que o futuro possa me revelar. E se me dissessem que eu seria uma eterna encalhada? Ou pior! Que nenhum homem se apaixonaria por mim? Ou então que eu morreria amanhã?

- Quanta bobagem, Diana. Você está é perdendo tempo. As cartas apenas vão te orientar. - Lili tentava me convencer.

- Será, amiga?

- Você nunca saberá se não tirar a dúvida, mas você tem que acreditar.

- Esse é o problema. Não sei se acredito o suficiente.

- Que tal irmos tirar a prova dos nove?

- Como assim? Agora, Lili?

- Agorinha.

Na calada da noite, como alguém que estava prestes a cometer algo muito errado, saí com a Lili rumo a tal cartomante. Eu estava tão apreensiva que mal conseguia prestar atenção no que ela dizia porque, para variar, a Lili não calava a boca.

Chegamos no tal lugar. Ao contrário do que eu pensava, era uma casinha muito bonitinha, porém modesta. Uma mulher de cabelos ruivos e um sorriso receptivo nos esperava no portão.

- Liliana, que bom que você veio - dizia a tal mulher dando beijinhos amigáveis em Lili

- Desculpe vir a essa hora. É que o assunto é urgente.

- Sabe que por você eu abro qualquer exceção né?

Entramos na casa e Lili foi logo explicando que eu era o motivo da urgência e acho que fofocou algo nos ouvidos dela como quem diz que eu estava amedrontada e discrente. Enquanto Lili aguardava na sala, fomos até os fundos da casa e entrei num quartinho todo decorado com estrelas, pedras e um cheio de incenso perfumava o ar. Me sentei em uma mesinha onde estavam as cartas. Minhas mãos suavam de nervoso e acho que minha expressão não negava o que eu sentia.

- Quer uma água, Diana? - oferecia a cartomante percebendo o meu nervosismo

- Não, obrigada!

- Olha, vejo que você está nervosa, mas acalme-se. Quero que saiba que nem eu nem minhas cartas somos adivinhas do futuro e muito menos estou aqui para lhe falar sobre coisas ruins. Nós apenas vamos lhe apresentar caminhos e quem escolhe se vai seguir é você. Mas para que tudo dê certo, é imprescindível que você acredite. E, se não estiver certa disso, lhe devolvo o seu dinheiro agora e você pode ir embora.

O sermão sincero da cartomante começou a me acalmar e me senti mais preparada para seguir em frente. Por quase duas horas, ela jogou as cartas e também fez a minha numerologia. Foi tudo tão incrível!!! Não podia imaginar que o meu nome, a minha data de nascimento e as cartas poderiam falar tanto sobre mim.

Ela disse que eu era uma pessoa muito esforçada, gananciosa, mas que me doava demais aos outros e que muitas vezes esquecia de mim. E, como nem todo mundo se doa tanto, costumava me decepcionar com facilidade quando não era recompensada. As cartas me disseram que em breve mudanças positivas aconteceriam na minha carreira e que um homem estava em meu caminho, dependendo da forma que eu conduzisse o relacionamento, ele poderia ser a pessoa para me fazer feliz.

- Ai, Lili, quem será esse homem? - eu perguntava eufórica no caminho de volta para casa.

- Pelo visto, vi que você gostou e acreditou hein?

- Ai, amiga, não sei como te agradecer. Foi maravilhoso! Eu precisava de uma orientação sabe? Precisava entender porque algumas coisas são tão enroladas na minha vida. Pena que tudo não possa mudar do dia para noite.

- Pois é. Não mudam, mas agora você já sabe como agir e o que esperar né?

- Só espero que o príncipe encantado das cartas me mande um sinal quando aparecer...

E foi em gargalhadas que seguimos para casa. Mas volta e meia me lembro das coisas que o tarô me revelou e anseio para que elas aconteçam o mais rápido possível.

PAPO DE CALCINHA: Você acredita em nos astros? Já recorreu a alguma ajudinha deles?

terça-feira, junho 08, 2010

QUEM FICA COM O BUQUÊ?


Por Letícia Vidica

Pior do que ficar solteira,é perceber que todas as suas amigas, primas, vizinhas e todos os outros seres da sua idade estão se casando e você ficando para trás. O problema não é ser sozinha, eu até que gosto da minha liberdade e solidão, se não fosse o casamento das outras. A cada convite que recebo para o casamento de uma conhecida é como se os anos pesassem nas minhas costas e gritassem para mim “Encalhada!”.

Aquele era mais um sábado que poderia ter sido como qualquer outro se eu não tivesse ido checar a minha caixa de correspondências.

- Dona Diana, bom dia! Tem uma correspondência para a senhora. Deixaram aqui ontem à noite...acho que era uma tal de Roberta – dizia Seu Zé o meu porteiro ao me entregar o tal envelope.

Antes mesmo que eu pudesse dizer obrigada, quase caí dura para trás ao me deparar com o convite de casamento da minha prima Roberta. Como assim? Até a Roberta vai casar?

Subi às escadas até o meu apartamento lendo o convite umas vinte mil vezes para acreditar que a minha priminha ia casar. Não que eu estivesse com inveja. Não era isso, mas a Roberta sempre foi tão beata, nem bonita ela era, quase não saía de casa (as poucas vezes eu é quem era obrigada a sair com ela). Como ela tinha conseguido agarrar um peixe?

Foi o tempo de abrir a porta do meu apartamento e o meu telefone tocou. Atendi ainda atordoada com as informações.

- Diana? Oi, é a Roberta!

- O-oi...prima, tudo bem?

- Espero que não esteja te atrapalhando. Queria saber se você recebeu o meu convite de casamento.

- Convite?! Ah recebi sim. Poxa que legal...você vai casar! – eu tentei dizer com o maior esforço de felicidade que pude

- Nem acredito, prima! - nem eu acreditava

- Será que eu e o Jorge podemos passar na sua casa hoje à noite? A gente queria conversar com você.

- Cla-claro.

O que mais a prima Roberta queria me dizer? Ela quase já tinha me enfartado com aquele convite! Passei a tarde inteira processando a informação e relembrando da nossa infância.

Roberta é filha da irmã mais velha do meu pai. Quando criança éramos bem próximas, mas a adolescência foi chegando e eu me rebelei e a Roberta sempre no seu caramujo. Saíamos algumas vezes, trocávamos algumas confidências, mas ela – ao contrário de mim – sempre foi mais cheia de pudores. Na certa, a vida nos levou para caminhos diferentes e passamos a nos encontrar só em almoços de família, velórios e casamentos em comum. E eu não me recordava da última vez que tinha visto ela acompanhada até aquele momento...

- Prima! – disse Roberta me abraçando euforicamente assim que abri a porta – Que saudades!

Fiquei estática quando a vi. Eu mal podia reconhecê-la. Ela tinha emagrecido uns dez quilos, cortara os cabelos e estava mais jovial, mais bonita. O que o amor não faz com as pessoas né?

- Esse é o Jorge.

Só podia ser piada divina. O cara era um gato. Onde a Roberta escondeu esse tesouro por tanto tempo? Me recompus e pedi que os dois entrassem. Ofereci alguns petiscos e cerveja, mas o casal puritano não bebia. Ficamos só no suco de laranja mesmo.
Roberta me contou que tinha conhecido Jorge em uma viagem à Argentina, ficaram muito amigos e em menos de um ano tinham noivado. Ela tinha certeza absoluta de que ele era sua alma gêmea. Depois de mais de uma hora falando sobre a vida do casal, Roberta veio com a bomba.

- Di, na verdade, eu vim aqui para te fazer um convite. Eu e o Jorge queremos que você seja nossa madrinha. Você aceita?

O quê? Madrinha? Não tinha cargo pior para assumir que eu tinha ficado encalhada. Ser madrinha do casamento da minha prima e, além do mais, ao lado de um amigo solteirão qualquer do noivo. Uma velha tática de tentar me desencalhar. Mas como a vida nos prega peças, não tive como fugir. Aceitei o convite.

Roberta ficou radiante e prometeu me ligar para me passar todos os detalhes da cerimônia que aconteceria em dois meses.

- Gente, acho que não tem saída para mim. O meu fim é ficar para titia.

- Vixi, que conversa é essa, Diana? – perguntava Lili

- A minha prima Roberta vai casar. Até ela conseguiu alguém. Será que eu tenho algum problema?

- Para com essa conversa boba. Sua hora ainda não chegou. Só isso.

- Caramba, mas esse relógio tá sempre atrasado?! E o pior. Me chamou para ser madrinha. Que coisa mais deprimente. Ainda vou ter que ficar no altar ao lado de um cara solteirão que eu nem conheço e sendo chacota para toda a minha família perguntando o tempo inteiro se eu não vou casar. Além do mais tenho certeza que farão de tudo para o buquê cair nas minhas mãos.

- Tente ver por outro lado...

- Que lado, Lili?! Não consigo ver romantismo nisso. E amanhã é o chá de cozinha com as madrinhas. Você vem comigo né?

Sem muita dificuldade porque Lili adorava uma boquinha livre – ainda mais quando é em nome do amor – fomos ao tal chá de cozinha. Como não estávamos acostumadas com essas coisas, fomos as últimas a chegar. E adoraria ter sido a primeira a sair quando me deparei com aquela Liga das Senhoras Católicas.

- Olha só quem chegou! A próxima noiva...você não muda mesmo né, meu amor? Sempre atrasadinha – dizia tia Chica, a mãe de Roberta, me apertando a bochecha e me dando um abraço.

Antes que eu pudesse corrigi-la dizendo que eu não via nenhuma outra noiva, foi me arrastando pelo local para me apresentar às suas amigas e me levar até Roberta.
- Prima, achei que tinha desistido do convite!

Bem que eu queria, pensei.

- Deixa eu te apresentar uma pessoa. Aposto que você vai amar.

O pior estava por vir.

- Dona Célia, essa é a Diana, minha prima. Aquela que eu te falei... ah, Di, essa é a mãe do Rafa, aquele amigo solteiro do Jorge. Ele vai ser seu padrinho.

Pára o mundo que eu quero descer! Ser madrinha já estava sendo demais, agora me apresentar para a mãe do padrinho? Era o fim da picada!

A tal da dona Célia passou o tempo inteiro do meu lado, me fazendo mil perguntas a fim de testar se eu seria uma boa ‘nora’ para o seu filho. Também ficou exaltando todas as qualidades do tal Rafinha. Confesso que até fiquei curiosa. E a Lili, ao invés de me ajudar, ficou se empanturrando de lanchinhos, salgadinhos, coquetéis. Bela amiga!

Finalmente, o chá tinha acabado e nos demos conta que éramos as últimas.

- Estava tudo ótimo, Roberta – eu disse morrendo de vontade de sair correndo daquele ambiente

- Ai, Di, fico tão feliz que você tenha aceitado ser minha madrinha. Sinto tanto sua falta, das nossas conversas, dos velhos tempos...quem diria né? Você sempre tão pra frente, bonitona...nunca imaginei que iria me casar antes! Mas , relaxa, que sua hora vai chegar viu? Aposto que você e o Rafa vão se dar bem.

- Lili, pelo amor de Deus, me arruma uma desculpa para não ir a esse casamento – eu suplicava desesperadamente à minha amiga enquanto voltávamos para casa
- Amiga, até eu que sou a mais romântica das mulheres, só tenho uma coisa a dizer. Você está ferrada. Não tem como fugir.

- Você viu só o que elas fizeram comigo? Até a mãe do padrinho eu tive que aturar. Nem sei quantas vezes aquela velha chata me falou do tal Rafinha. E a Roberta precisava ter dito aquilo? ‘Nem imaginava que me casaria primeiro’. Aposto que ela amarrou o nome do Jorge na boca do sapo.

- Ai que viagem, Diana. Relaxa. Agora é só subir no altar e curtir a festa. E eu vou com você hein?

Tinha até me esquecido que eu recebi dois convites. Acho que na esperança de que eu fosse com o meu namorado. Mas só me restava carregar a Lili e agüentar ela choramingando na cerimônia.

Para minha sorte ou azar, o dia do casamento tinha chegado. Passei a tarde inteira no cabeleireiro junto com Roberta. Ela tinha fechado um pacote de dia da noiva e fez questão de levar as madrinhas. Ver a Bela, a Feia se transformando em noiva foi o pior castigo da minha vida.

Quando chegamos à igreja, Jorge logo me chamou para me apresentar o tal Rafinha. Se eu pudesse tinha saído correndo. O cara era a cópia do Bill Gates. Estava na cara que ele era virgem, morava com a mãe, jogava Playstation e devia ter uma coleção de Playboy embaixo da cama. Foi logo me comendo com os olhos e pegando no braço e só foi soltar quando o casório acabou.

Roberta estava linda. Enquanto ela caminhava pelo corredor central da igreja, um filme foi passando na minha cabeça. Quando será que chegaria a minha vez? Não prestei atenção em nada que o padre disse. Só me dei conta de que tinha terminado quando o Rafa Gates me puxou pelo braço e saímos da igreja.

A festa seria numa mansão. Digna de casamento de Lady Di. Foi uma festa pomposa. Passei a noite toda tentando fugir dos olhares do padrinho e dos comentários maldosos das minhas tias.

- Vocês não vão dançar meninas? – perguntava minha mãe

- Tô cansada, mãe

- Depois reclama que está sozinha. Olha só, a festa tá cheia de partidão e você aí sentada.

- Vai começar com a língua felina, mãe? – era sempre assim quando alguém casava – vamos tomar um ar, Lili

Enquanto fumávamos no jardim da festa...

- Diana, você tem que relaxar.

- Relaxar como? Desde que essa história de casamento começou todo mundo só sabe me relembrar o quanto eu estou sozinha.

- Faz parte do jogo, amiga. E se você ficar dando atenção vai ser pior. Falando em atenção lá vem o seu padrinho.

- Olá, senhoritas – dizia o filho do Bill Gates – será que poderia me conceder a honra da dança?

- Eu adoraria, Rafael, mas o meu salto tá acabando com o meu pé. Porque você não dança com a Lili?

Antes mesmo que ela me pensasse, empurrei-a para os braços dele e os dois se perderam na festa. Dançaram a noite inteira. Para Lili, bastou ser homem, cair na rede e gol.

Fiquei um tempo observando o ambiente, vendo quase todos os meus primos com suas esposas e esposos, correndo atrás de seus filhos e eu ali parada e sozinha. Será que é essa vida que eu quero para mim?

Antes que eu pudesse responder, uma das madrinhas me chamou para a hora do buquê. Eu tinha esquecido que ainda faltava mais esse castigo e que não tinha como relutar.

Mulheres histéricas aglomeraram-se atrás de Roberta, tentei me esconder o quanto pude, mas no 1,2,3 e o buquê tinha caído no meu pé. Tudo que eu menos queria. Dali até o final da festa, virei o centro das atenções. E todos só perguntavam onde estava o noivo. Eu é que gostaria de saber se ele existe e se mora nesse planeta.

Fui embora para casa assim que cortou o bolo. Lili quis ficar mais um pouco e disse que iria embora com o Rafael. Os dois tinham se entendido bem. Até a Lili tinha conseguido se arranjar. Não era bem um príncipe, mas era um homem.

Enquanto eu esperava o manobrista trazer o meu carro, uma voz me chamou..

- Diana?

Olhei e mal pude acreditar. Seria mesmo o Jonas?

- Sim, sou eu. Jonas?

O Jonas era um dos melhores amigos de um dos meus primos. Foi uma paixonite aguda que tive na adolescência. A gente ficava sempre que se via, mas depois nunca mais nos vimos. Os anos tinham passado, mas a beleza continuava a mesma.

- Já tá indo embora? – perguntava ele

- Pois é. Estou meio cansada. Sabe como é...acho que não tenho mais idade para madrugadas.

Ele riu. O seu sorriso continuava encantador.

- É uma pena. Adoraria conversar com você mais um pouco. Eu fiquei te olhando a festa toda, mas não estava te reconhecendo. Você tá tão bonita, ou melhor, mais bonita né? Anota meu telefone, me liga para gente marcar de se ver.

Aquilo só podia ser pegadinha do cupido né? Só sei que resolvi não duvidar e anotei o telefone. Será que o buquê estava fazendo efeito? Por via das dúvidas, eu é que não queria ficar com ele para sempre hahahhahaha

PAPO DE CALCINHA: E você ainda está com o buquê?