terça-feira, junho 25, 2013

RECONCILIAÇÃO


POR LETÍCIA VIDICA

- Pode cortar, repicar, pintar... faça o que você quiser. Hoje eu tenho que sair daqui montada! – eu dizia me jogando na cadeira do salão do Beto e decidida a me produzir para laçar eternamente o coração do Pedro.

- Nossa, Lady Di! Qual é o babado? Vai casar é?

- Vou laçar o noivo isso sim! O Pedro voltou!

- Pá-ra tudo! Tô bege! Tô Barbie na caixa! O príncipe William voltou?! – comemorava o meu cabeleireiro batendo palminhas como uma foca e me dando um abraço apertado e fugaz.

- Nossa, qual é o motivo da comemoração posso saber? – essa era Betina que chegava com seu tradicional chicotinho e balde d’água no meio da nossa conversa.

- Acabei de saber da novidade, bicha! O lorde inglês voltou. E é claro que eu vou dar um tudo de mim para deixar a nossa lady Di um es-pe-tá-cu-lo!

- Já contou pro Beto sobre a cagada que você fez? O Pedro já te perdou?

- Betina será que dá para parar de jogar sal no meu angu, pelo menos, uma vez na vida? O que importa é que eu estou decidida a reconquistar o Pedro e vai ser hoje.

- Qual foi a parte que eu perdi? – perguntava Pedro sem nada entender.

Antes que eu pudesse me explicar, Betina fez questão de contar tim-tim por tim-tim para ele que suspirava, gritava, comemorava, me batia a cada ponto final e entre uma escova e outra.

- Pronto! O príncipe William só não vai ficar com você se for muito louco. Você está diva, meu amor. Até eu, se não fosse diva também, viraria macho e ficaria com você. – disse rindo.

- Muito obrigada, Beto. Agora eu tenho que sair correndo porque ainda tenho que comprar um vestido fatal para combinar com essa obra de arte.

- Te cuida hein? E vê se não vai aprontar de novo hein? Você tá lindona mesmo, amiga.

- Obrigada, meus amores. Agora eu fui. Te ligo depois, Bê.

****

O meu coração já tinha saído pela minha boca e o meu estômago andava ao lado dos meus pés quando cheguei ao prédio do Pedro. Era agora ou nunca. Era tudo ou nada. Como o porteiro já me conhecia, confirmou que ele estava no apartamento e me deixou subir sem ser anunciada.

A cada andar dentro do elevador, eu suava mais e mais frio. Ainda bem que a maquiagem resistiu. Pronto, cheguei! Agora é só tocar a campainha e me jogar nos braços dele. Mas e se ele me jogar da sacada para baixo? Ele jamais faria isso. É uma loucura. É melhor eu ir embora. Não, não! Enfrente. Toquei a campainha.

- Diana?! – disse Pedro assustado ao me ver, mas também aproveitou para dar uma conferidinha no meu look.

- Posso entrar? – perguntei com a voz mais doce que eu podia. – Desculpa vir assim, de repente...

- Você demorou demais...

Repentinamente, me vi encostada na porta do apartamento dele, espremida por aquele corpo maravilhoso, sufocada por aquela boca deliciosa que me beijava cheia de desejo e por aquela mão de seda que se entrelaçava no meu cabelo (acabando com a minha escova, mas tudo bem. O que são três horas dentro de um salão?!).

- Nossa! Isso significa que eu estou perdoada? – respondi recuperando a respiração e me recompondo.

- Acho que eu não fui muito claro né?

Eu não sei o que estava acontecendo com o Pedro. Parecia até que o William tinha baixado nele. Ele me jogou no sofá dele e me atacou novamente.

- Quando você vai parar de brincar comigo desse jeito hein? – perguntava ele

- Eu não brinco com você. Eu sei que eu sou meio impulsiva, atrapalhada, confusa...mas a última coisa que eu quero é brincar com você. Eu quero é ficar com você. – pronto, confessei.

- E o seu peguete? Já se livrou dele? – perguntava ele.

- Problema resolvido. Pode ficar tranquilo quanto a isso. Mas, falando de coisa boa, acho que eu te devo um jantar como pedido de desculpas ne? O que acha de irmos comer algo?

- Ótima ideia. Me dá cinco minutinhos que eu vou só tomar um banho e a gente já vai. Quer vir comigo? – perguntou ele me abraçando e dando beijinhos na minha nuca.

- Apesar de você ter destruído o meu visual – ri – aceito o banho depois do jantar. Tenho certeza de que precisarei dele.

Fiquei no sofá esperando o Pedro e respirando aliviada por ter ficado tudo bem entre a gente. De repente, a campainha tocou. Será que ele estava esperando por alguém? Achei que eu era a única a subir sem ser anunciada. Pedro gritou do banheiro para que eu abrisse a porta.

- Eu sabia! Tinha certeza que o casal 20 estava no ninho de amor! – para a minha surpresa era Kamila.

- O que você está fazendo aqui, Kamila? – era Pedro quem aparecia na sala secando o cabelo e também surpreso e irritado com a presença dela.

- Já que você não me procurou, eu resolvi te procurar.

- E posso saber por que eu deveria te procurar? – respondeu Pedro.

- Você não contou para ela? – insinuou.

- Existe algo que eu deva saber? – perguntei irritada com aquela cena e cruzando os braços.

- Não, meu amor. Tudo que você tinha que saber você já sabe. Que eu amo você e que eu não quero nada com a Kamila. Vamos parar com essa ceninha desnecessária.

- Desnecessária? Se você não quer nada comigo, eu deveria saber não acha? Mas não! É sempre assim. Essa daí aparece e eu fico pra escanteio.

- Pelo que eu saiba, Kamila, eu era a namorada do Pedro antes de você se jogar nos braços dele em Londres.

- Eu me jogar? Tem certeza que EU me joguei nos seus braços, Pedro? Qual foi a parte da historia que você não contou para Diana?

Olhei para Pedro esperando uma resposta.

- Eu não tenho nada a esconder, Kamila. Fui muito sincero com você e com a Diana. Agora, por favor, sem cenas. A gente está de saída e não temos mais nada pra conversar. Mantenha o mínimo de decência para que a gente possa ser, pelo menos, amigos.

- Tudo bem. Se eu estou atrapalhando, eu vou embora. Eu não tinha nada que ter me metido nessa historia mesmo. E, olha, desculpa mas eu não quero a sua amizade apenas. Boa noite!

Kamila virou as costas e saiu batendo as tamancas.

- O que foi isso?! – perguntei meio sem entender.

- É sempre assim. Ela gosta de uma plateia. Mas foi bom que você assistiu. Assim não vai achar que eu estou exagerando. Vamos
jantar? – perguntou ele enquanto me abraçava.

- Você ainda tem fome? – perguntei ainda confusa com toda aquela cena rodriguiana.

- Sempre tenho. – respondeu ele me dando uma abraço pela cintura e mordidinhas na orelha.

- Desse jeito, eu acho que vou direto para a sobremesa... – insinuei.

- Não seja por isso.

Pedro me pegou no colo. Acho até que soltei um grito pela reação inesperada. Que se danem os vizinhos! Fui jogada na cama dele e nos curtimos como a uma pessoa que acaba de sair de um regime e pode, depois de anos, saborear um delicioso sorvete de chocolate. E, o melhor, sem culpa. Que se danem as calorias. Hoje eu quero me acabar.



PAPO DE CALCINHA: QUAL FOI A SUA MELHOR RECONCILIAÇÃO?





domingo, junho 16, 2013

ACERTANDO AS CONTAS


POR LETÍCIA VIDICA


- Diana, você enlouqueceu? Como assim você fugiu da casa do Pedro sem esperar uma mísera explicação?
Nem preciso dizer que essa era minha segunda mãe, Betina, emputecida depois de saber que eu tinha ido embora da casa do Pedro ao ver a mensagem da Globeleza no celular.

- Não sei o que me deu, Betina. Mas não precisa exagerar!! Você queria que eu agisse como depois de ver aquele torpedo suspeito daquela piriguete?

- Você tinha que ter agido como uma mulher adulta e não como uma criança! Porque você sempre estraga tudo hein? Custava esperar uns minutinhos e esclarecer tudo com o Pedro...

- E ouvir mais uma vez que ele não sabe o que quer comigo?! – bufei.

- Você está tirando suas próprias conclusões sozinha... você acha mesmo que o Pedro te convidaria para o churrasco dele e escolheria levar você para o apartamento dele se ele tivesse algo com a Kamilla?! Não seria muita burrice não?!

- Me estranha muito você ficar defendendo ele...

- Não vamos mudar de assunto, Diana. O assunto em questão aqui é você... você bem sabe que o Pedro é o único cara que me faz ir
contra os meus princípios... você é uma idiota, Diana... – zangou-se e acendeu um cigarro.

Naquele momento, o meu celular começou a tocar. Olhei no visor e vi que era o Pedro, mas rejeitei a chamada.

- Aposto que era o Pedro. Vai ficar fugindo dele até quando? – perguntou Betina, parecendo um pouco mais calma.

- Eu não vou fugir. Mas se eu falar com ele agora posso estragar tudo mais ainda. Eu não sei o que me deu, Bê. Tive medo de
encarar a verdade, de descobrir que aquela noite foi um passatempo e só... eu fiquei insegura... – desatei a chorar.
Betina apagou o cigarro e me abraçou. Ela brigava comigo, mas também me consolava. Não sei se chorava mais de raiva de mim ou da Globeleza.

***

- Acho que você me deve uma explicação não?! – era Pedro, parado na porta do meu apartamento.
Olhei para ele, um tanto quanto sem graça e pedi que ele entrasse. Antes mesmo que ele sentasse no sofá, já foi descarregando sua fúria em mim.

- O que deu em você, Diana?! Por que você foi embora do meu apartamento sem me dar explicação? Te liguei o dia todo e você não me atendeu. Acho que eu mereço uma explicação ne? Afinal o que eu te fiz? A nossa noite foi tão perfeita...

- Seja sincero comigo, Pedro. Eu preciso saber da verdade. Você ainda tá saindo com a Kamilla? – perguntei olhando nos olhos dele.

- O que a Kamilla tem a ver com isso? – perguntou ele assustado.

- Fala a verdade. Não muda de assunto. Eu vi as ligações perdidas dela no seu celular e o torpedo que ela mandou para você. Eu não queria atender o seu telefone, mas eu achei que era o meu...

- Foi por isso que você foi embora? – desdenhou ele, rindo e se jogando no meu sofá.

- Isso é tudo. O que ela ainda tem para conversar com você?! – cruzei os braços.

- Diana, me escuta. – disse ele se levantando, pegando nos meus braços e olhando nos meus olhos. – Eu não tenho mais nada com
ela. Acredita em mim.

- E porque ela te ligou? Por que vocês ainda precisavam conversar? Me fala, me diz. – me afastei dele e fiquei andando feito barata tonta na minha sala.

- Eu não vou mentir para você. A Kamilla gosta de mim sim, mas não é dela que eu gosto. Não foi por ela que eu voltei e estou tentando ficar aqui. Quando eu cheguei, a gente saiu para conversar e ela insistiu que a gente tentasse mais uma vez, mas eu não quis... nós somos ótimos amigos, mas péssimos amantes. Você me entende?!

Abaixei a cabeça feliz por ouvir tudo aquilo e um pouco envergonhada da minha atitude infantil na noite passada. Enquanto eu ensaiava para pedir desculpas a ele e pular no pescoço dele, o meu celular começou a tocar. Olhei no visor e vi que era o William. Tudo que eu não precisava naquele momento de reconciliação. Rejeitei a chamada, mas de nada adiantou. O telefone tocava insistentemente.

- Pode atender. Não se incomode comigo. – dizia Pedro.

- A pessoa pode esperar. – eu disse tentando despistar a ligação.

Em vão, o meu celular tornou a tocar e, em seguida, apitou um aviso de torpedo.

- Atende isso logo vai que é urgente ... – disse Pedro pegando o meu celular, olhando no visor e fazendo a pior cara que ele podia fazer naquele momento.

- ‘Estou morrendo de saudades. Quero te ver. Posso subir?’ Acho que quem tem coisas a resolver aqui é você, Diana. O seu peguete está lá embaixo. Eu vou embora.

- Não fica!! Eu não vou deixar ele subir.

- Diana, não seja ridícula. Você está aqui me cobrando, temendo que eu tenha algo com a Kamilla, mas é VOCÊ que ainda não deixou as coisas bem claras para o seu amigo. Não é justo com ele e nem comigo. Se você não quer mais nada com ele, aproveita esse momento e seja sincera com o cara. Não é justo você cozinhar a ele e a mim...

- Pedro, calma...eu posso explicar. Eu não quero nada com ele...

- Quando você tiver certeza disso, você me procura ok? Boa noite. – disse ele cabisbaixo e batendo a porta do meu apartamento.

Que idiota que eu sou!!! Por que eu sempre estrago tudo?! Em meio aos meus pensamentos, o interfone tocou. Era o porteiro avisando que o William estava lá embaixo. Como a merda já estava feita, deixei ele subir.

***

- O que aquele seu amigo especial estava fazendo aqui?! – disse ele me cobrando antes mesmo de entrar.

- Olha aqui, William. O Pedro não é apenas um amigo mais que especial. Ele é o cara da minha vida, entendeu?!

- Que lindo! E quando você pretendia me contar isso?! Ou pretendia me fazer de idiota até eu descobrir?

- Não me venha com ceninhas, William. Você me deixou muito claro que não queria assumir compromisso com ninguém, suas atitudes
sempre demonstraram que o nosso lance era pele...não estou entendendo o drama agora.

- O drama é que esse cara chegou do nada, se enfiou no meio da gente e você não me disse nada?!

- Quero deixar uma coisa muito clara aqui. Quem se enfiou no meio da minha historia e do Pedro foi você. Olha, eu estou cansada de fazer merda. A verdade é que eu e o Pedro somos grandes amigos e ex-namorados.

- Entendi. Bem que o Tavinho me alertou que era melhor eu tirar o meu cavalinho da chuva. Se é assim que você quer, Diana. Eu
bato em retirada.

- Olha, Will, o nosso lance foi legal e tals, mas eu quero mais entende? E eu não posso enganar o meu coração. Eu preciso lutar por ele antes que seja tarde. Você me entende?!

- Diana, eu sou homem. Tenho orgulho próprio. Claro que eu estou puto, mas não quero empatar a sua vida. Só posso te dar o que eu já te ofereci... a escolha é sua!
William me abraçou, tentou um beijo mas desviei o rosto.

- Amigos?! – estendi as mãos.

- Coloridos?! – ironizou William.

- Amigos sem cor, é melhor. – apertei as mãos dele e sorri.

William me abraçou e foi embora. Senti uma parte do meu coração aliviar, mas ele ainda estava muito pesado. Era hora de correr atrás do prejuízo e me acertar com o Pedro.

terça-feira, junho 04, 2013

AQUELA NOITE



POR LETÍCIA VIDICA


- Não repara na bagunça!! – dizia Pedro abrindo a porta do apartamento dele e gentilmente fazendo com que eu entrasse primeiro.

- Bagunça?! Que bagunça? – naquela hora fiquei aliviada por ele ter escolhido o apartamento dele e não o meu. O cara fica meses em Londres e consegue manter uma casa mais limpa que a minha?!

- Tenho que agradecer a Dona Neide. Ela realmente tá fazendo o serviço direitinho...

- Olha, desse jeito eu vou achar que você tá dizendo que está na Inglaterra e se escondendo por aqui hein?

- Não conta para ninguém, mas tem um túnel secreto no meu quarto que sai diretamente em frente ao palácio da rainha Elizabeth – ele soltou aquela risada gostosa e maravilhosa que me derrete toda.

Ao fim da risada, um silêncio. Ficamos nos olhando. Poucos metros de distância. Pedro interrompeu o silêncio sem graça...

- Quer beber alguma coisa? Deixa eu ver... é bem... temos uma deliciosa garrafa de água gelada... agradeça a Dona Neide – disse rindo – mas se quiser eu posso pedir algo para gente... que tal uma pizza? Ou uma comida japonesa? Topa?

- Pedro, não se preocupe. Esqueceu que a gente acaba de voltar de um churrasco? A última coisa que eu estou sentindo neste momento é fome... – pensei alto demais.

Ele me olhou assustado. Acho que também se surpreendeu com meu pensamento. E deu uma risadinha de lado. Derreti.

- Tem certeza? Eu estou bem faminto... – agora era ele quem pensava alto demais. – Se importa se eu tomar um banho rápido? Eu estou cheirando carvão... fica a vontade...volto num minuto – disse ele me dando uma abraço apertado pela cintura e um beijo demorado na bochecha.

Caí no sofá anestesiada. O que ia acontecer? Bem, o que ia acontecer eu sabia... mas como?! Tanto tempo esperando para ficar assim só eu e ele e agora eu não sabia o que fazer. Será que eu vou até o banheiro e me jogo junto com ele embaixo do chuveiro e começamos um sexo selvagem lá mesmo? Será que ele está esperando que eu faça isso? O banho tá demoradinho ne? Será um sinal? Não, não... é loucura. O Pedro não é desses. Mas e se ele quiser ser surpreendido?

- Desculpe, demorei demais? Tinha carvão demais para tirar do corpo ... – era Pedro quem interrompia meus devaneios ao aparecer na sala apenas enrolado em uma toalha na cintura e com o corpo ainda respingado do banho.

Boquiaberta, respirei e tentei me recompor. Por que eu não tinha invadido o banheiro?!

Ao contrário do que eu pensei, ele sentou no sofá ao meu lado daquele jeito mesmo. Colocou os braços sobre os meus ombros e jogou minha cabeça no seu peito. Em silêncio, ele começou a acariciar os meus cabelos e a cheirá-los também.

- Que saudades! – ele disse suspirando.

- Eu também! – concordei ainda embriagada com todo aquele cafuné maravilhoso.

- Saudades desse cheiro, desse cabelo – dizia ele cheirando os meus cabelos – desse rostinho lindo, desse sorriso – seus dedos acariciavam meu rosto – desses lábios...

Emendamos um beijo doce e que foi aquecendo com todo o nosso desejo. Não sei como e onde, mas rapidamente estávamos enroscados no sofá da sala dele, rolando no chão frio da sala dele e sendo carregada nos braços dele para o quarto.

***

- Diz que você vai voltar... – confessei deitada nos braços do Pedro.

- Você acha que eu vim brincar no Brasil? Tudo o que eu mais quero é voltar. E eu vim para que isso aconteça o quanto antes. Mas
e se eu voltar?

- Como assim?! Vai ser a coisa mais maravilhosa desse mundo...

- Tem certeza? Eu não quero atrapalhar a sua vida... interrompendo as suas histórias... eu percebi o clima com aquele cara lá no bar... ele é seu peguete ne?

- Pedro ninguém se compara a você. E eu e o William já não tem mais nada a ver... foi um momento passageiro...

- Um passatempo então? Que bonito!!! – disse ele fechando a cara.

- Você ficou bravo por isso? – me assustei.

Pedro me abraçou fortemente e começou a me fazer cócegas. As cócegas evoluíram para os arrepios e quando nos vimos estávamos mais uma vez entrelaçados.

***

Abri os olhos incomodada com uma fresta de luz que entrava no quarto. Percebi que o dia tinha amanhecido e infelizmente aquela noite maravilhosa estava acabando, mas não tinha sido um sonho. Era realidade. Virei para o lado e percebi que estava sozinha na cama. Levantei, procurei pelo Pedro no banheiro mas ele não estava. Na porta do quarto, encontrei um bilhete caído no chão.
‘Antes que eu te mate de fome, fui buscar umas comidinhas para gente. Volto logo.’ Que fofo!

Fiquei largada na cama dele enrolada nos lençóis, parecendo uma criança, cheirando a cama para guardar comigo ainda mais o cheiro dele e relembrando cada detalhe daquela noite. De repente, um celular começou a tocar. Olhei para o lado e não era o meu. Como o barulho estava insistente, comecei a procurar pelo quarto e encontrei algo vibrando dentro da bermuda do Pedro.

Não sou do tipo que fuça nas coisas dos outros, mas vai que era ele querendo me dar um recado? Peguei o celular e no visor estavam várias ligações perdidas da Kamilla e, na sequência, um torpedo chegara. ‘Lindo, precisamos conversar. Me liga mais tarde. Beijos’

Gelei e emputeci. Como assim? O que eles ainda tinham para conversar? Me liga? Esperaí... onde eu me enfio nessa história? Eram tantas coisas na minha cabeça que a única coisa que consegui fazer foi me arrumar e ir embora do apartamento antes que ele chegasse. Sem deixar nenhum recado...

PAPO DE CALCINHA: E O QUE VOCÊ ACHOU DESSA NOITE?