terça-feira, setembro 30, 2014

OPERAÇÃO FAROFA


POR LETÍCIA VIDICA

- Tem certeza que vocês não querem que eu vá com meu carro? – era Betina quem perguntava pela enésima vez enquanto esperávamos a Madame Lili sair do quarto para pegarmos a estrada.

- Não se preocupe, Betina. Meu carro está zero bala. Levei para revisão na semana passada – esse era Tavinho, o nosso motorista da vez que tinha a missão de nos conduzir até a casa de praia da tia de um amigo dele (resumo: um programa mico à vista). – Lili, Liliiii...vamos logo !!

- Liliana, quantos dias você pretende ficar nessa praia? Não era só um final de semana, gente? – me assustei com a quantidade de malas que a Lili trazia para sala.

- Ai, Di, estou levando só o básico... nada demais. – respondia ela com a maior naturalidade e sem culpa alguma.

- Se isso é o básico, acho melhor a gente repensar na proposta da Betina de irmos também com o carro dela. Só o seu básico já ocupou todo o carro do Luis Otávio.

Depois de um arranca rabo básico entre o casal por conta da quantidade de malas, Lili conseguiu se convencer e reduzir as três malas para duas e nos apertamos no carro do Tavinho rumo ao nosso final de semana na praia.

A grande ideia de ir para praia surgiu da Lili que convenceu a gente que seria divertido. Eu tentei convencer o Pedro, mas ele estava atolado de trabalho e preferiu ficar em casa adiantando o serviço. Daí, a minha missão (quase) impossível foi a de convencer a Betina que ela ainda tinha idade para esses programas de índio e que sem ela não teria graça(claro que joguei com todas as cartas que pude – uma delas era sobre quem ficaria comigo enquanto o casal estaria brigando ou se atracando em algum matagal).

Nós não fazíamos muita ideia para onde estávamos indo, só sabíamos que era na casa de praia da tia de um amigo do Tavinho. Tiro no escuro total. Mas lá vou eu com meu espirito aventureiro ne?

****

O primeiro mico da noite foi que pegamos um transito do cão para chegar na estrada. Parecia que toda a cidade tinha resolvido ir pra praia naquele final de semana. E olha que nem era véspera de feriado e muito menos dia de pagamento.
Imagina o conforto: apertadas disputando espaço com as malas da Lili!

E, se não bastasse o congestionamento...

- Que cheiro de queimado é esse? – perguntei ao sentir um odor diferente que parecia sair do carro do Tavinho.

- Acho que é do seu carro, Tavinho. – concordava Lili.

Dito e feito. O carro do Tavinho ferveu no meio da estrada. Resultado: três belas mocas ajudando a dar um tranco no carro, empurrando ele no meio da estrada até o acostamento, aguardando por mais de três horas a chegada de um guincho do seguro e com um medo danado de ser assaltada no meio da estrada. Isso é ou não é divertido?

- Quem foi o gênio que fez a revisão no seu carro, Tavinho? – era Lili, ou melhor, Liliana Bittencourt quem cruzava os braços e dava ares de que a baiana estava baixando nela.

- Foi um camarada meu, Lili. – respondia com tom de poucos amigos.

- Mais um daqueles seus amigos idiotas que tirou diploma por correspondência?! Você não disse que estava tudo certo com esse museu que você chama de carro? Custava ter aceitado a carona da Betina? - ...e blablabla, seguidos de troca de palavras nada carinhosas, chutes e pontapés. E, claro, tinha sobrado para mim e a Betina apartarmos a briga.

- Podem parar com essa palhaçada agora!! Não adianta lamentar. Está feito. Agora é torcer para esse guincho chegar logo. – eu colocava um ponto final no barraco.

Falando em guincho, Deus ouviu nossas preces e ele chegou. Tivemos que seguir viagem dentro do carro do Tavinho em cima da caçamba do guincho. Detalhe que o guincho só pode nos levar até a entrada da estrada que dava acesso a praia porque senão corria o risco de encalhar. Enquanto o Tavinho tentava qualquer sinal de comunicação com uma pessoa que estivesse na casa, aguardamos embaixo da neblina até o sol começar a raiar.

- Gente, eu falei que essa viagem ia ser mico. Convite do Tavinho, estamos indo na casa sei lá de quem no meio do nada... só podia dar merda. O que eu não faço por vocês? – era Betina quem bufava acendendo o vigésimo cigarro.

- Desculpa, meninas. Eu só coloco vocês em confusão ne? Prometo recompensá-las quando a gente chegar na praia.

- Se a gente chegar né, Lili. To começando a desconfiar que essa casa nem existe.

- Calma, gente, vai dar tudo certo. Afinal, emoção e aventura faz parte da viagem ne? Uhu!! – essa ridícula era eu tentando motivar a galera.

Mais alguns minutos intermináveis depois e um carro surgiu para nos resgatar. Era o Diogo, o dono da casa. Nos enfiamos dentro do carro dele e seguimos por mais outros intermináveis minutos até chegarmos na casa que ficava, literalmente, no meio de uma mata e do nada. Um show à parte de pernilongos.

- Gente, fiquem à vontade. A casa é de vocês. Podem se ajeitar onde quiserem ok? – esse era Diogo tentando ser simpático.

- Isso é a casa? – era Betina quem cochichava no meu ouvido.

O que em nossa imaginação tratava de uma super mansão de praia, na verdade, era uma daquelas casas velhas de alguma tia gorda que comprou na década de 80 e que nunca mais foi visitar sabe? Mas que o sobrinho bicho grilo se apossou como seu templo de paz interior e de local isolado e seguro para chamar os amigos para uma festança nos finais de semana. A super casa se resumia a uma sala, um quarto e um único banheiro. Isso mesmo. Um único banheiro. Pensa se a Lili, a rainha da vaidade quase não trucidou o Tavinho por causa disso?

Tudo estaria certo se essa enooorme casa estivesse disponível apenas pra gente. Como chegamos cedo, a maioria ainda estava dormindo e outros começavam a retornar da noitada. Era gente pelo ladrão. Logo nos entreolhamos desesperadas sem saber onde se acomodar. Gentilmente, o dono da casa nos cedeu o quarto que mais parecia um quarto de albergue coletivo pela quantidade de mulheres e malas que estavam lá. Depois de desviarmos dos milhares de colchões no chão, achamos um cantinho para gente.

- Diz que isso é um pesadelo e não está acontecendo ne? Estou me sentindo uma adolescente em um albergue de quinta categoria.

- Calma, Betina, o negócio agora é relaxar. Pensa que amanhã a gente já vai embora. Bora pra praia que a gente ganha mais.

- Diana, olha só quem eu encontrei perdido aqui na casa? – essa era Lili com voz de quem já tinha tomado uma caipirinha pra relaxar.

- William?! – me assustei. Era só o que faltava encontrar ex-peguete nesse final de semana mico.

- Oi, gata. Que bom te ver. – esse era William que lançava o seu sorriso encantador e me dava um beijo apertado e molhado entre a minha orelha e a minha nuca. Ai, meu Deus, eu sou uma mulher fiel. Não me deixe cair em tentação. O Pedro não merece!!!

- Nossa, você?! - me desvencilhei daquele beijo antes que meu corpo ousasse tremer mais. Incrivel como esse William mexia com a minha libido. – Bem, a gente se encontra ne? Vamos pra praia meninas?

- Opa, praia! Acho melhor eu acompanhar as mocinhas. Vai ser mais seguro.

Não tive como falar não e saímos em caravana até a praia que ficava há algumas léguas de distância.

- Pelo amor de Deus, desse jeito a gente vai chegar na África. Cade essa praia?! – reclamava Betina.

Finalmente, encontramos a praia. A caminhada valeu a pena. Era realmente incrível. Uma praia pequena, fechada entre as matas e pedras com ares de que o homem ainda não tinha a descoberto e nem desbravado. Montamos acampamento naquele paraíso.

- Agora sim hein? Só saio daqui amanhã à noite na hora de ir embora. Não volto para aquele albergue de quinta tão cedo. – essa era Betina que colocava seus óculos escuros e deitava em sua canga.

- Lili, que história é essa de William aqui?! Te mato se você sabia disso e não me avisou. O Pedro não pode nem sonhar que ele está aqui.

- Relaxa, Diana. O Tavinho me comentou mas ele não tinha me dado certeza. E se eu te falasse você não viria ne?

- Óbvio que eu não viria. Você tá louca em não me contar nada? E agora? O pior é que ele gosta de me tentar.

- Tentação boa ne, Diana? Eu bem vi como você ficou quando ele te beijou.

- Não complica, Betina. Falando nele...

William e Tavinho se aproximaram da gente. Tavinho sentou ao lado de Lili e William se sentou ao meu lado com todo aquele braço forte e suado encostando no meu. Ficamos jogando conversa fora por alguns instantes, até a fome de alguém falar mais alto.

- Tem uma cabana aqui perto que vende um peixe bem maneiro. Se quiserem, posso ir lá buscar. Vamos comigo, Diana?

Esse era William. Antes que eu negasse, ele já tinha puxado o meu braço e minhas amigas me olhavam com cara de boa sorte e não perca o juízo.

....

- Sozinha aqui na praia ou tá sozinha mesmo? – perguntava ele enquanto caminhávamos até a tal cabana.

- Sozinha aqui na praia. – respondi secamente.

- Não imaginava que você viesse. E o seu namorado?

- O Pedro? Ficou em São Paulo.

- E deixou essa joia rara sozinha?!

- William, falta muito para chegar nessa cabana? Estou ficando cansada. – desbaratinei.

- Mais cinco minutos e a gente chega. Quer que eu te carregue no colo?

Dei um olhar de poucos amigos para ele e seguimos em silêncio até a tal cabana. E, em silêncio, eu retornei de volta a praia. Quando chegamos lá, a praia estava lotada e só com o grupo que estava na casa. Obvio que o peixe que compramos não deu nem pro cheiro. Todo mundo atacou e eu acho que comi só um espinho.

....

- Meninas, os meninos estão organizando um luau na praia hoje à noite. Quem topa? – essa era uma loura peituda, a la panicat, que estava hospedada na casa também.

- Eu vou e vocês vão comigo hein?

- Ah, Lili, eu estou ardendo o corpo todo. Acho que peguei muito sol hoje à tarde. – resmungava Betina.

- Também não estou afim e será mais seguro para mim e para o meu relacionamento ficar longe do William.

- Rolou alguma coisa na hora do peixe? Vocë voltou com uma cara.

- Não rolou nada, Lili. E nem vai rolar, mas é claro que ele vai ficar dando indireta e tentar me vencer pelo cansaço. Não estou afim. Vou ficar por aqui, ver se tem algo na geladeira e vou cozinhar porque estou com fome.

- Bem, eu sei que eu vou. Não vou deixar o meu Tavinho solto por aí com essa loira falsificada dando sopa. Eu bem vi ela olhando para ele hoje à tarde lá na praia. Se mudarem de ideia, sabem o caminho hein?

Enquanto Betina descansava no quarto, fui bisbilhotar na geladeira e resolvi cozinhar um prato típico de praia: macarrão com salsichas, a salvação dos famintos praianos. Em meio ao meu momento chef e também divagando com saudades do Pedro, fui surpreendida com um cheiro no cangote.

- Hmmm... vim seguindo esse cheiro maravilhoso lá da praia.

Derrubei a colher do molho no chão.

- Voce está louco??? – era William quem me assustava na cozinha.

- Desculpe. Eu não queria te assustar. Vim buscar cerveja e senti esse cheiro maravilhoso. Vim olhar quem cozinhava.

- Pronto. Já viu que sou eu, agora pode ir. Você e suas cervejas.

- O que está acontecendo, Diana? Você está estranha. Desde que chegou aqui, você me evita, não olha nos meus olhos, parece que tá fugindo de mim, é isso?

William segurou minhas duas mãos e me imprensou na pia. Fiquei sem reação e senti que ele se aproximava demais de mim...

... antes que ele me beijasse, Tavinho entrou na cozinha.

- Ops. Diana? William?

- Não é nada disso que você está pensando, Luis Otávio. – fui me desculpando.

- Eu não estou pensando nada. Ah, o Pedro ligou no meu celular agora há pouco. Queria falar com você. Disse que o seu está na caixa postal.

Ao final desta declaração, senti um baita remorso e culpa. Tavinho e William seguiram com as cervejas para o luau, eu perdi a fome, apaguei o fogo e fiquei na varanda tomando coragem para ligar para o Pedro.

.....

- Ai, aquele quarto está quente demais. – essa era Betina quem tinha resolvido acordar. – ainda bem que esse inferno acaba amanhã. Não vejo a hora de pegar a estrada e voltar para o meu lar doce lar...ih, que cara é essa? Algum bicho te mordeu?

- Quase...

Contei o que tinha acontecido na cozinha para Betina que me convenceu de que eu não tinha feito nada de errado e que, se isso estivesse me incomodando, que eu falasse com o William. Me vesti de coragem e fomos até o tal luau. A gente tinha perdido o sono e resolvemos aproveitar a noite linda que fazia.

Quando chegamos lá, estava rolando o maior barraco. Lili estava se atracando com a loira falsificada porque disse que ela estava dando em cima do Tavinho que assistia a briga de camarote e não movia uma palha para separar a briga. Claro que eu e a Betina tivemos que nos meter no meio e levar a Lili para longe dali.

Depois de muito custo, ela se acalmou e resolveu voltar pra festa. Algumas caipirinhas depois, ela, Tavinho e a loira conversavam como se fossem amigos de infância. Ninguém diria que eles tinham se atracado minutos antes.

Betina resolveu bancar a bartender, coisa que ela adorava, e logo se engraçou com o Diogo, o dono da casa que resolveu não só provar dos drinks da Betina, mas como provar da própria. Os dois se perderam atrás de uma pedra qualquer.

De longe, vi o William se engraçando com uma moreninha e senti um ódio e um alívio ao mesmo tempo. Ódio porque, como assim eu sou trocada tão fácil assim? Alívio porque parecia que ele me deixaria em paz. Já tinha encontrado outra pessoa para se distrair.

A festa, literalmente, acabou quando o sol raiou e alguém resolveu voltar para casa. Me perdi da Betina que tinha desaparecido a noite toda e da Lili que também tinha sumido com o Tavinho e com a loira do tchan.

.....

- Não vou te deixar voltar sozinha para casa. Te devo um pedido de desculpas. – esse era William que me abordara no meio do caminho de volta.

- Acho que você realmente foi longe demais.

- Eu me empolguei. Voce ainda mexe comigo, Diana. Eu não vou negar.

- Mexo tanto que você me trocou pela moreninha rapidinho hein...- ops, escapou.

- Que declaração foi essa? Ficou com ciúmes? – ria William da minha declaração ridícula.

- Ciumes eu tenho do Pedro que é meu namorado. Voce é apenas um amigo.

- Por que você quer que seja assim... eu não...

- William, vamos parar com isso. Não adianta insistir porque daqui não vai sair nada. Na boa, para de me xavecar. Já não rola mais nada e não perde seu tempo comigo ok?

Virei as costas, acelerei o passo e sai batendo as tamancas. Entrei na casa louca para tomar um banho e dormir. Ledo engano, a fila do banheiro tinha senha. Estava enorme, o povo gritava, batia e algum infeliz não abria a porta há quase uma hora!!!

Resolvi ir comer porque meu estomago lembrava que a minha ultima refeição tinha sido o espinho do peixe da tarde passada. Hmmm, aposto que aquele macarrão com salsichas está ótimo para a minha fome. Encontrei apenas a panela raspada que algum infeliz laricado tinha comido e ainda ouvi comentários de que o macarrão estava uma delicia.
Restava então ir na padaria mais próxima que ficava a algumas léguas.

No caminho, encontrei Betina e Diogo que riam à toa. Nem vou dizer por que ne? Perguntaram onde eu ia e resolveram me acompanhar.
Algumas léguas depois, localizamos a padaria pela fila que dobrava a esquina. Tinha me esquecido da hora do rush do pão. Tres pessoas na nossa frente e o padeiro anunciava que tinha acabado o pão, a farinha, que o padeiro tinha pedido demissão por exploração no trabalho.

Lá vamos nós e todos os turistas para o supermercado. Alguns empurras depois e conseguimos resgatar alguns pacotes de pão de forma e biscoitos. Enfrentamos a fila quilométrica do caixa, a lerdeza do operador e a falta de sinal que atrasava o pagamento via cartão de crédito.

....

Chegando na casa, tive que brigar com uma meia dúzia de folgados que não tinham nem colaborado com o dinheiro do pão e se achavam no direito de comer o pacote todo. Finalmente, comi um lanche e aproveitei que o povo ia para a praia e fui tomar um banho.
Um minuto depois de ensaboada, a água acabou. Que situação!

Sai molhada, ensaboada e cheirando a bacalhau do banheiro.

- Eu quero ir embora desse inferno agora! – eu bufava no quarto.

- Ih, calma, onde está o seu espírito aventureiro?

- Não me zomba, Betina. Tudo tem limite. Eu estou fedida, sem banho, com fome e morrendo de saudades do meu namorado. Não é uma boa hora para falar em aventura.

- O Tavinho disse que quer pegar a estrada bem de noitinha. Ele quer fugir do congestionamento.

- Eu estou falando serio. Não aguento mais. Tem alguma rodoviária aqui perto?

Incrivel como ninguém dá moral para as minhas crises. As meninas colocaram o biquíni e me convenceram de ir para praia. Para elas, tudo parecia o paraíso. Ao lado do bonitão do Diogo e pagando de primeira dama, a Betina tinha se esquecido de todo o perrengue e se portava como primeira dama. A Lili bancava a namorada perfeita e marcava território conversando como a melhor amiga BFF da loira peituda. E, eu, emburrada embaixo do meu óculos escuros, observando os amassos do William e da moreninha da noite passada no meio do mar. Que ódio!!!

....

Como a animação da galera estava me irritando, acabei capotando na praia e hibernei a tarde toda. Acordei assustada com a Lili e a Betina que me chamavam avisando que já ia começar a escurecer e que era hora de começarmos a arrumar as nossas coisas. Perdi a noção total do tempo, mas agradeci a Deus por retornar ao meu cantinho.

A nossa partida foi muito mais tranquila. Também ninguém merece ne? Não pegamos transito, o carro do Tavinho não pifou e quando cheguei em casa ainda encontrei o Pedro por lá com um jantarzinho pronto, salvando a larica do meu final de semana.

- Nossa, amor, você não existe. Esse arrozinho, esse bifinho, essa saladinha...ai, meu Deus...estão demais. – eu comia, falava e beijava o Pedro.

- Impressão minha ou você não comeu nada nessa viagem?

- Nem te conto, amor. Foi a maior operação farofa da minha vida...

PAPO DE CALCINHA: VOCE JÁ SE METEU EM UMA OPERAÇÃO FAROFA?