quinta-feira, janeiro 28, 2010

QUEM DÁ O PRIMEIRO PASSO?


Por Letícia Vidica

- Ai, Lili, você já está me dando nos nervos. O que aconteceu? Ficou aí a noite toda olhando para esse celular – brigava Betina já sem impaciência por conta do ‘siricutico’ da Lili olhando o visor do celular a noite toda à espera de uma ligação

- Ih, Betina, parece até que não conhece a dona Liliana – eu dizia já adivinhando do que deveria se tratar – quem foi que não te ligou?

- Ai, gente, desculpa...é que eu estou com a cabeça na lua hoje. O Mateus... sabe aquele carinha novo que eu conheci na academia? Então, trocamos telefones há uma semana e até agora ele não me ligou...- explicava Lili com cara de quem estava prestes a cair do cavalo.

- E você tá esperando o quê para ligar para ele? – Betina perguntou num tom de desafio natural ao terminar de dar um último gole no chope.

- Mas, Bê, foi ele quem pediu o meu telefone...ele é quem tem que me ligar...pelo menos, ele me disse que ligaria... – respondia Lili ainda um pouco surpresa com a naturalidade da pergunta de Betina.

- Depois vocês reclamam que não tem ninguém...ficam aí sofrendo pelos cantos, tendo úlceras porque o telefone não toca...parem de bobagem...que coisa mais antiga...qual é o problema de você ligar para um cara se você está afim? Quem disse que isso é proibido?

Como já era de costume, a pergunta da Betina desenterrou várias minhocas na minha cabeça e tenho certeza absoluta que na da Lili também. Essa era mais uma daquelas perguntas criadas por algum guru dos relacionamentos, mas que até hoje ninguém sabia responder Quem dá o primeiro passo?

Nós, mulheres, fomos criadas e condicionadas a sermos passivas. A esperar por tudo. Esperar pela primeira boneca, esperar pela primeira menstruação, esperar pelo primeiro beijo, pelo primeiro namorado, pela primeira transa, pelo primeiro chifre, pelo primeiro fora, pelo príncipe encantado ... Enfim, a gente passa a vida toda esperando. Que ódio tenho de Eva! Se o problema fosse só esperar, tudo bem. Mas a gente espera e sofre também. Tudo ao mesmo tempo.

Criamos úlcera por passar pela angústia de esperar o telefone tocar e porque apenas não discamos os oito números e ouvimos a voz dele do outro lado da linha? Só para dizer oi, eu senti saudades, quer sair comigo? Não! Preferimos quase nos suicidar de tanta ansiedade aguardando que o telefone toque e ainda temos que fingir que a gente nem estava quase enlouquecendo e que ficamos de plantão 365 dias do ano ao lado do telefone esperando ele ligar.

Poxa, isso tá certo? Não seria mais simples agir por vontade própria. Pá e pum? É isso que eu me pergunto até hoje, mas ninguém conseguiu responder... mas que me faz lembrar alguns dos impasses que eu já cai por conta dessa dúvida.


Numa dessas sextas-feiras sagradas de encontros casuais com as meninas no bar do Pedrão, estávamos jogando papo pro ar, falando mal dos homens, dos chefes, reclamando da vida, regadas de muita cerveja e aperitivos, percebi que alguém me notava. No início, achei que não era comigo porque há muito tempo eu não vinha sendo paquerada (estava naquela fase que nem peão de obra assoviava para mim) e ainda mais no bar do Pedrão e eu não tinha feito a unha, nem o cabelo, estava me achando péssima.

- Ih, Di, acho que acaba de ganhar um fã hein? – cutucava Betina
- Pois é, aquele moreninho não para de olhar para cá.
- Ai, gente, larga de besteira. Pode ser para vocês também.

Naquela hora, o garçom se aproximou com mais uma cerveja na mesa e mais alguns aperitivos. Detalhe: nenhuma de nós havia pedido nada a mais. Mas antes que eu perguntasse sobre o erro, ele foi logo dizendo que o rapaz da mesa 302 tinha mandado para gente. Quando olhei para o lado, o rapaz da mesa 302 era o cara que não parava de me olhar e soltou um sorriso encantador e um tchauzinho. Na hora, fiquei vermelha como um pimentão. As meninas, é claro, começaram a rir e ficaram tirando sarro da minha cara, mas bem que encheram a pança. Agradeci com um sorriso e continuei sentada, mas ele não parava de me olhar.

Quando estávamos saindo do bar para ir embora, ele se aproximou de mim...

- Prazer, Murilo. Espero que tenham gostado do aperitivo – disse ele com as bochechas já encostadas na minha e pude sentir o seu perfume maravilhoso e admirar de perto seus olhos cor de mel

- Ah, claro...muito, muito obrigada pela gentileza...nem precisava – eu disse totalmente sem graça e quando olhei para o lado as meninas já estavam na esquina fazendo sinal de que esperariam no carro e rindo da minha cara de boba.

- Nossa, vem sempre aqui? Desculpe a pergunta banal, mas é que eu sou cliente do Pedrão há uns 15 anos e nunca te vi aqui. – dizia ele

- Acho que foi azar então...quase toda sexta eu e minhas amigas nos reunimos aqui.

- Pois é, tomara que a sorte nos una mais né? Mas se ela não ajudar, a gente força. Se importaria se me desse o seu telefone?

É claro que eu não me importei. Além de lindo, ele era objetivo. O tipo de homem que eu procurava. Trocamos telefones. Ele me acompanhou até o carro, nos despedimos e ele prometeu me ligar na semana seguinte para nos encontrarmos no Pedrão. E nem preciso dizer que as meninas foram o caminho todo perguntando cada detalhe de nossa conversa ne?


Passei a semana inteira pensando no Murilo e aguardando a ligação dele. Mas a sexta-feira se aproximava e toda vez que o telefone tocava não era ele. Quando as pessoas ligavam, eu logo arranjava uma maneira de desligar logo porque achava que ele podia estar ligando e daria ocupado.

Foram mais uns daqueles dias arrastados e ansiosos. Toda noite, eu dormia na esperança de que ele me ligasse, me mandasse um torpedo e eu controlava a coceira dos meus dedos para ligar para ele.

‘ Trimmm. Corri para atender...

- Alô? – atendi ansiosa
- Oi, Diiii
- Oi,Betina – eu disse frustrada com a voz do outro lado da linha – achei que era o Murilo.
- O gatinho do bar do Pedrão?
- É. Ele disse que ia me ligar e até agora nada.
- E você? Não ligou para ele?
- Ah, eu não, né? Ele é quem tem que ligar primeiro.
- Já te falei que isso não tem nada a ver, mas se não quer me ouvir...vamos lá pro Pedrão?

Só aceitei o convite porque podia ser uma oportunidade de vê-lo de novo. Ele poderia ter perdido o número, ter sido assaltado e ficado sem celular e sem forma de me ligar. Eu entenderia. De quebra, levei o meu celular muito bem carregado e fiquei de olho nele, mas quase metade da noite havia passado e nem o Murilo apareceu e muito menos seu nome apareceu no visor do meu celular.

- Diana, desencana disso. Pára de sofrer! Pega esse telefone logo e liga para o cara. Você não está com vontade?

- Eu estou, mas ...

- Mas o que? Ainda com essa história da carochinha de que os homens é quem ligam primeiro? Depois reclamam que o mundo é machista demais...

A Betina estava certa, mas eu não tinha esse grau de coragem que ela tinha. Mal dormi naquela noite. Fiquei a noite inteira brigando comigo mesma. Uma parte de mim dizia que eu devia ligar, qual seria o problema? Para que ficar sofrendo se eu poderia resolver tudo do meu jeito? Mas a outra parte dizia para não fazer isso. Que se o cara não ligou era porque não estava afim ou porque não tinha que ser ou ele era casado ou era gay ou talvez fosse só uma criação minha.

Levantei antes do sol raiar, tomei um café, li o jornal e fiquei olhando para o relógio ate dar uma hora mais adequada para ligar para alguém. Encarei o celular umas 15 vezes, abri e fechei, briguei com a força dos meus dedos indo em direção ao teclado, mas resolvi agir com o coração e não com a cabeça.

Disquei. Um, duas, três chamadas e caixa postal. Devia ser um sinal. Não era para ser e muito menos para eu fazer isso. Porém, como sou teimosa, tentei mais duas vezes e, para minha sorte ou azar, ele atendeu.

Fiquei muda por uns instantes, enquanto ele falava Alô do outro lado da linha.

- Oi, Mu-Murilo...é a Diana, lá do bar do Pedrão, tudo bem? – eu completei a frase com muito esforço

- Oi, minha linda, tudo bem? Que bom ouvir sua voz. Pensei que estivesse esquecido de mim.

Eu ia dizendo o mesmo, mas inventei alguma desculpa.

- Liguei para saber como você estava e saber se desistiu de tomar aquela cerveja comigo lá no Pedrão?

- Eu?! Jamais. Estava esperando só você ligar. Que horas eu te pego?


O Murilo me pegou em casa, fomos para o bar do Pedrão, passamos uma noite agradável...

- Achei que você não ia ligar nunca – ele disse, cheguei até a pensar que ele tinha lido meus pensamentos

- Não, é que...

- Estava esperando eu ligar primeiro? Vocês mulheres não mudam jamais – ele disse dando uma gargalhada gostosa e apertando minha bocheca. Obviamente, me senti ridicula.

- Ah, sei lá, de repente você poderia achar que...

- Gata, eu não acharia nada. Eu adoro mulheres que tomam a atitude. Soam como decididas para mim. Isso me excita, sabe? Além do mais, são vocês quem nos dão o sinal. Se ligam, é porque realmente gostaram né?

Nem preciso dizer que aquilo foi um tapa na cara com luva de pelica né? Bom, foi assim. Mais fácil do que eu imaginava e naquela noite aprendi uma lição: faça o que você tem vontade, esqueça as regras. E, além disso, existem homens – ainda existem – que não ligam para essas regras e não vão te julgar só porque você ligou primeiro. Muito pelo contrário, eles também aguardam ansiosos pela sua ligação.


PAPO DE CALCINHA: Você já deu o primeiro passo?

sábado, janeiro 09, 2010

HOMEM SENTE CHEIRO DE HOMEM


Por Letícia Vidica

- Vocês não vão acreditar quem me ligou ontem?... Luis Otávio!!!
- E o que aquele canalha queria com você, Lili?
- Pois é...justo agora que eu estou me entendendo com o Cristian...ele reaparece na minha vida. Disse que queria saber como eu estava e que estava com saudades.
- E aposto que você marcou de encontrá-lo, né, Dona Liliana?
- Ah, gente, eu apenas disse que ele podia passar lá em casa quando quisesse..mas não tem mais nada a ver entre nós.
-Sei, sei...é o que eu sempre digo. Homem sente cheiro de homem. É incrível!!

E não é que a Betina estava certa? Homem realmente sente cheiro de homem. Eles nos dão um pé na bunda, a gente chora, engorda, gasta horrores na terapia e quando a gente começa a se recuperar e encontra um cara legal, eles retornam como se quisessem marcar território. Como quem diz "Olha, não esquece de mim não hein? Eu ainda estou aqui"

E foi justamente isso que começou a acontecer comigo. Depois da separação entre eu e o Pierre, demorei um tempinho para me recuperar. Afinal de contas não é todo dia que o príncipe encantado aparece e depois te dá um pé na bunda né? Porém, depois de uns quilinhos extras, algumas sessões extras de terapia e algumas lágrimas derramadas, eu estava começando a esquecê-lo nos ombros do Diego, o meu mais novo affair.

O Diego é o que minha terapeuta costuma chamar de "Síndrome de Herói", aquele cara que surge na sua vida quando você está na rua da amargura por conta do ex, que te consola e você se apaixona. Nosso lance estava super legal e ia muito bem. Eu já nem pensava mais no Pierre com a mesma intensidade. Até que um dia...
... estávamos eu e o Diego saindo de uma sessão do cinema quando topamos de frente com o Pierre.

- Diana? Quanto tempo...tudo bem? Você sumiu!!!

É incrível como todo ex tem que fazer essa pergunta clássica. Não sabia que depois da separação a gente tinha que continuar se falando todo dia!!!

- Ah é, pois é...eu ando meio corrida, meio ocupada... - eu disse querendo desbaratinar o assunto
- Ah...eu imagino - disse Pierre em tom irônico medindo Diego dos pés a cabeça
- Ops, me desculpe, Pierre esse é meu ... meu amigo Diego.

Os dois se cumprimentaram com olhares de faíscas. E antes que o fogo se ateasse, retornei ao assunto.

- Vamos né? A gente ainda tem compromissos hoje. A gente se vê, Pierre. Até mais.

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Aquele encontro tinha sido um pouco estranho. Apesar de eu estar super feliz e envolvida com o Diego, a gente sempre fica estranha quando reencontra o ex. Porém, eu achei que aquele remember tinha parado ali. Engano meu...

'Trimmmm, Trimmmm'
- Alô? Diana?
- Quem fala?
- Nossa, nem lembra mais da minha voz.
- Oi, Pierre, tudo bem?
- Te atrapalhei?
- Que isso...eu estava de bobeira...como você está?
- Eu estou ótimo...é que eu estava aqui e me deu vontade de ouvir a sua voz...
Silêncio total
... adorei te ver aquele dia no cinema. Você me pareceu ótima.
- Ah, que bom - respondi sem graça
- Aquele cara é seu novo namorado?
- O Diego?! É um amigo...
- Amigo colorido talvez?
- Pierre, me desculpe, mas eu não gostaria de ficar falando da minha vida pessoal para você ok?
- Claro, claro...você tem toda razão...afinal de contas nós não temos mais nada né?

Aquela pergunta soou como quem diz. "Temos algo ainda sim e você ainda me deve satisfação!". Desviei do assunto , ficamos jogando conversa fora por mais alguns minutos e desligamos. Apesar de eu ter desviado do assunto, aquela ligação não desviava do meu pensamento.

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- Vocês não vão acreditar. O Pierre ressurgiu das cinzas.
- Eu não falo? Homem sente cheiro de homem. Só porque você está bem com o Diego, ele resolveu marcar território - dizia Betina
- Nós nos encontramos na saída do cinema...e o pior é que eu estava com o Diego...que situação chata...
- Chata porque? Eu acho ótimo ele ver que você está bem e saindo com outra pessoa.
- Se isso adiantasse, Betina...ontem ele ligou lá em casa com um papo de que estava com saudades , querendo saber quem era o Diego ...uma conversinha furada sabe...
- Dá um chega para lá, amiga! Que isso agora? Bobeou, dançou ...ele teve a chance dele, não teve?

A Betina estava certa. Eu não podia me deixar abater com o retorno do Pierre. Eu tinha que seguir a minha vida em frente e agora o que me interessava era o Diego. E foi o que eu fiz por algumas semanas até o Pierre resolver aparecer lá em casa.

'Ding,dong'
Onze e meia da noite em plena terça-feira. Quem poderia ser? E o porteiro nem avisou? Será que era algum ladrão? A resposta foi não assim que eu olhei no olho mágico e vi o Pierre.

- Pierre?! Aconteceu alguma coisa? - eu perguntei assustada porque para ir à casa de alguém naquele horário só podia ser algo grave ou importante
- Calma, Di...não é nada demais não...é que eu estava na casa do Pablo, aquele meu amigo, lembra dele? Ele mora há duas quadras daqui e resolvi passar aqui para te dar um oi.
- Ufa! Não esqueça que eu sou cardíaca...entre! Aceita um café, um chá?
...
- O que te traz aqui então?
- Saudades

Fiquei muda e inconformada com aquela cena. Eu não acreditava no que estava ouvindo. E antes que eu pudesse responder, a minha campainha tocou novamente. Quem seria agora? Agora só podia ser um assalto de verdade, mas ao olhar pelo olho mágico levei um baita susto. Era o Diego. Meu Deus, o que eu ia fazer? A primeira reação foi abrir a porta...

- Diego?! Que surpresa...
- Acho que incomodei né? Vejo que você tem visitas - dizia Diego ao ver o Pierre sentado no sofá do meu apartamento.
- Não que isso...o Pierre já estava de saída não é? - eu disse olhando para o Pierre e implorando que ele fosse embora
- Eu? Mas eu mal acabei de chegar...que isso, senta aí, amigão...vamos conversar...- dizia Pierre com tom irônico
- Eu volto amanhã, Diana. Boa noite!

Eu nem tive tempo de pedir para que ele ficasse. Diego virou as costas e desceu as escadas. Naquele instante, um ódio mortal do Pierre esquentou minhas veias.

- Por favor, Pierre, vai embora!
- Mas porque? Só porque o seu amiguinho não quis ficar?
- Não seja irônico, pelo amor de Deus. Já é tarde, eu acordo cedo amanhã..chega de confusões por hoje.
- Tudo bem, gata. Te ligo depois.

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- Eu não acredito que o Pierre fez isso?
- Pode acreditar, Betina. Ele me queimou geral. Eu não entendo o que ele quer sabe? Já não basta ter me dado um fora?
- Ah mas isso não pode ficar assim não, Diana!
- E o Diego?
- Sumiu, Lili...não me ligou mais daquele dia.
- E você não ligou para ele? Tá ficando louca? Assim você está dando motivos para ele pensar que você e o Pierre ainda tem algo.

Minhas amigas estavam certas. Fui correndo para a casa do Diego e dei de cara na porta. Mas eu não podia desistir. Esperei duas horas sentada na porta da casa dele até ele chegar.

- Diana? O que faz aqui?
- Eu preciso muito falar com você. Queria me desculpar por aquele dia lá em casa. Eu e o Pierre não temos mais nada ... eu fiquei com medo de que você pensasse algo errado sobre nós.
- Tudo bem, Diana. Eu só fui embora porque afinal de contas eu não sou o seu namorado e não posso cobrar nada de você. Você recebe quem quiser na sua casa. Eu só não queria ter sido um incômodo.
- Incômodo? Jamais!
- Se é assim então...que tal entrar e tomarmos um chocolate quente para aquecê-la do frio que eu te fiz passar me esperando?

**************

O meu problema com o Diego parecia estar resolvido, mas ainda faltava dar o basta final no Pierre e eu sabia que ele reapareceria. Dito e feito. Certo dia, ele apareceu novamente lá em casa.

- Pierre, que surpresa!!!
- Oi, Diana, tudo bem? Desculpe aparecer de novo é que eu me lembrei que esqueci um livro com você.
- Livro? Eu não me recordo de estar com nenhum livro. Mas entre...
- Ah eu espero que eu não tenha causado nenhum problema aquele dia com o seu amigo...nervoso o rapaz não?
- Ah, o Di! Que isso...ele nem ligou...desencana...ele sabe que entre eu e você não rola mais nada.
- É, pois é...não rola mais nada mesmo né? - respondeu Pierre como quem engolia a seco - Vocês parecem se dar bem né?
- A gente? Nossa, nos damos super bem. Ele é um cara super gente boa.
- Desejo que ele possa te fazer feliz como eu não te fiz né? Bem...acho que eu já vou...se encontrar o livro, me dá um toque.
- Ok.

O Pierre se foi e nunca mais voltou. Pelo menos, até o momento. Eu continuei bem com o Diego e não fiz a mínima questão de procurar o livro. rs.


Papo de Calcinha:
E aí, amiga, já passou por uma situação dessas?