Chega de papo de cueca e de brejas em clubinhos de machos. Agora é a nossa vez! Vamos soltar a voz mulherada! Vamos aterrorizar a rapaziada! Para isso, bem vindo ao 'Papo de Calcinha'...um blog diferente que tenta desvendar o universo feminino. Aqui eu, Letícia Vidica, publico histórias sobre o universo feminino: suas angústias, dúvidas, coisas cotidianas, confusões que só os miolos femininos entendem, enfim, todo o blablablá feminino
quinta-feira, dezembro 31, 2009
DOU OU NÃO DOU
Por Letícia Vidica
Por mais modernas que nós mulheres tenhamos nos tornado e por mais sutiens que nós tenhamos queimado, há uma dúvida que vem desde os tempos das cavernas até o dos dias de hoje que nos ronda: dar ou não no primeiro encontro? Eu nunca ouvi que há uma regra de que não deva dar para o cara na primeira vez que vocês saem juntos, mas eu também nunca ouvi uma regra que diga que você tem que dar. Isso é muito subjuntivo e da cabeça de cada um...
- E aí, Lili, como foi o encontro ontem?
- Ai, o Cristian é um fofo..Acho que finalmente eu esqueci do Otávio...e gente o apartamento dele é o máximo!!!
- Eu sabia!! Você já foi pro apartamento do cara? E aposto que já deu para ele também.
- Ih, Betina. E o que que tem? - questionava Lili - Lá vem você com esse seu falso moralismo de que eu não devo dar pros caras na primeira vez. Isso não tem nada a ver.
- Ah, Bê...eu também acho...o que tem? Se os dois estiverem afim. - eu dizia
- Por isso que vocês vivem se lamentando depois...que o fulano não ligou mais, fugiu e ficam aí desesperada. Claro!! Vocês vão logo dando o doce na primeira!!! O que os coitados vão querer depois?
Para variar, a Betina jogava um balde de água fria em nós com suas duras declarações realistas. De certa forma, até que fazia sentido... ou não?
A Lili sempre foi uma romântica ao extremo. Cai em qualquer lábia e faz tudo pelo o amor. Até o próprio amor. Não faz jogo duro mesmo. Dá logo na primeira. Ela acha que é uma tática para segurar o príncipe encantado. Mas como sempre ela arruma sapo, ele come a perereca e sai zarpando no dia seguinte.
Já eu ainda estou em cima do muro. Nunca sei se dou ou não na primeira. Depende muito do pretendente. Prefiro analisar o cara, sentir o terreno e, acima de tudo, analisar as minhas pretensões com o tal homem e daí então eu decido se vou pro abate ou não.
Se eu estou há muito tempo na seca e pinta um peixão na rede que vá satisfazer os meus desejos, não faço doce não. É pimba na cachulinha logo na primeira. Produção fatal e amor foraz. Costumo usar essa tática também para aqueles carinhas que conheço na balada.
Mas, de vez em quando, pinta na minha rede aquele príncipe que eu tanto esperei e com esse, é claro, eu faço doce...
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O Pedro foi um desses caras que eu fiz questão de fazer um docinho. Nós nos conhecemos em um bar. Naqueles típicos dias de depressão feminina quando a gente acha que o mundo está contra nós. Mas daí aparece um cara legal te enchendo de elogio e você até acredita que o cupido existe.
Começamos a sair. Primeiro, uma vez por semana, encontros casuais, cineminha, restaurante. Tudo na maior inocência. Mão dadas e beijinhos apenas. Porém, como todo relacionamento, as coisas começaram a esquentar. Passei a frequentar o apartamento dele para assistir a alguns DVDs com a desculpa de que ele queria algo mais reservado para nós. E daí começaram os amassos no sofá no meio do filme e os beijos mais acalorados até o dia que chega a hora final...
- Calma, Pedro. Vai com calma - eu dizia esbaforida e seminua no chão da sala da casa dele.
- O que foi? - perguntava o coitado com cara de assustado.
- Olha - eu dizia tentando me desvencilhar dos braços dele - o nosso lance tá muito legal, você é uma gracinha, mas acho melhor irmos com calma.
- Você não tá afim?
- Olha, eu tô super afim, mas acho que não é a hora. Me desculpe e espero que você me entenda...
.... - Como assim, Diana? Você deixou o cara de braguilha, literalmente aberta, e se mandou? - questionava Lili
- Certíssima. Finalmente você fez a coisa certa - aplaudia Betina
- Ai, gente, eu não quero que o nosso lance acabe de repente...tá tudo tão legal que eu acho que o sexo agora ia acabar com a magia.
- Pára de besteira, Diana. Isso não tem nada a ver. Aposto que o cara nem vai mais te procurar.
- Nem todos os caras são os sapos que você arruma, Lili. Só porque você dá para todo mundo não quer dizer que a Diana tenha que fazer o mesmo ne? - esbravejava o feminismo de Betina
- Calma, meninas. Não briguem por isso. O que importa é que eu acho que fiz a coisa certa e se ele não me procurar é porque não me merecia não é?
- Viu, Lili? Tem hora que a gente tem que valorizar o produto.
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Confesso que na primeira semana da ausência do Pedro, a minha autoconfiança caiu geral e estava já assumindo o fora que eu tinha levado só porque não dei a periquita. Mas, milagres acontecem ...
'Trimmm'
- Alô? Pedro?
- Oi, Diana, tudo bem? Me desculpe te ligar só agora ... é que eu fiquei uma semana fora a trabalho e estava incomunicável.
- Não, tudo bem - mal ele sabia que eu já estava super feliz apenas com a sua ligação
- Queria saber se você não está afim de uma pizza lá em casa...o que acha?
Em menos de uma hora, eu estava na casa dele. O Pedro era um cara bem romântico e tudo já estava preparado. Velas na mesa, um bom vinho e ele de pizzaiolo. Enquanto, ele preparava as pizzas ficamos conversando.
- Di, eu queria te pedir desculpas.
- Desculpas? Pelo quê? O que você me fez, Pedro?
- Eu fiquei pensando e acho que fui realmente muito afoito com você. Espero que você não tenha ficado brava comigo.
- Que isso! De jeito nenhum... eu espero que você tenha me entendido.
- Claro. Acho mesmo que é melhor esperarmos o momento e quando você se sentir preparada.
Apesar de ter me sentido uma adolescente virgem boba com medo da primeira vez, fiquei mais e mais admirada por aquele homem. Passamos a noite toda comendo pizza, guloseimas e nos esbaldando no vinho. Como ficou tarde, acabei dormindo na casa dele, mas nada , nadica de nada rolou.
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- Como assim o cara se desculpou por querer te comer? Ele não existe!
- Não é lindo, Betina?
- É inacreditável isso sim. Até eu que não acredito na integridade dos homens, confesso que tenho que me curvar para esse ser.
- Ai, como você exagera rs. Mas não vou conseguir ficar segurando por muito tempo e nem sei se quero...
- Tava bom demais para ser verdade.
- Betina! Faz três meses que a gente tá junto...está mais do que na hora de ver se vale a pena...e se não for tudo isso? Caio fora logo né?
- Você é quem sabe amiga...usando camisinha, você pode tudo e claro me liga no dia seguinte.
Mais alguns encontros, amassos, vinhos, jantares e o clima esquentando e como não podia deixar de ser tudo rolou bem natural.
Numa noite, o Pedro resolveu reunir alguns amigos na casa dele para comer uma pizza e conversar e, sem dizer oficialmente, fazer com que seus amigos conhecessem quem era a garota com quem ele estava saindo. Quando todo mundo já tinha ido embora, resolvi ficar para ajudá-lo a limpar a casa. Depois da faxina, suados, caímos no sofá e foi incrível. Apenas nos olhamos e o fogo surgiu. Beijos, amassos, roupa pra cá, roupa pra lá e tudo rolou. Ali mesmo no meio da sala. E foi incrível e no momento certo.
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- Gentem...rolou!!!
- Até que enfim...e aí como foi? - perguntava Lili afoita
- Usou camisinha né?
- Usei, Dona Betina... Foi maravilhoso, intenso, incrível...não sei descrever...só sei que quero mais ... duas semanas e meia de amor sem parar hahahaha
- Ih...já vi que ficou apaixonada, né?
- Sabe como é, Betina, tem amor que quando bate fica...e acho que ficou.
- E o Cristian, Lili?
- Sumiu!
- Num falei? Já comeu o doce e para quê repetir né? - alfinetava Betina
Nem vou terminar nosso diálogo porque esse tipo de discussão não tem fim. O que importa é que com o Pedro fazer um doce foi a melhor saída, mas não sei se farei isso com todos...a não ser que muitos Pedros surjam na minha vida né?
PAPO DE CALCINHA: E você transa ou não no primeiro encontro?
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2 comentários:
Hum... Melhor não!
Eu já transei no primeiro encontro e ficamos 1 ano e meio juntos. Já rolou também de transar e EU não querer mais ver o cara e vice versa. Isso depende muito de cada um.
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