domingo, novembro 18, 2012

ENCONTRO DE CASAIS - PARTE 2



POR LETÍCIA VIDICA


Acordei ainda um pouco tonta e tentando recompor a minha consciência sobre qual dia era, onde eu estava e que horas seriam. A imagem ainda embaçada me revelava vagamente de que aquele não era meu quarto. Porém, rapidamente, a imagem daquele Deus grego sem camisa aos pés da cama me ajudou a recompor a memória. Depois do jantar quase fatídico da noite passada, eu tinha dormido na casa do William. E, agora, deliciosamente ele me olhava aos pés da cama, descabelada, e com algo que parecia ser um café da manhã.

- Bom dia, dorminhoca!

- Que horas são? - respondi apavorada, procurando o meu celular - Meu Deus, perdi a hora. Eu já devia estar em casa.- disse ao ver que me celular marcava dez e meia da manhã.

- Nossa e para quê tanta pressa? O que você tem de tão importante para fazer na manhã de um domingo que nem pode tomar café comigo?

Oi?! Aquilo tinha sido alguma espécie de declaração de amor, xaveco ou algo assim? Só sei que me desarmei na hora e abri um belo sorriso para ele. Rapidamente, ele se achegou e me deu um beijo sufocante esfregando aquele peitoral espetacular sobre mim.

- Bom dia né? - respondi sem graça depois da minha grosseria - Você não precisa se incomodar. Eu só vou lavar o rosto e vou para casa. Não quero incomodar. - eu disse ameaçando levantar da cama.

- Jamais. Não admito isso. - disse me recriminando - Afinal, não é todo dia que tenho uma deusa assim na minha cama. - jogou mais um de seus xavecos. Ele era bom nisso.

- Será? Aposto que ontem tinha uma bela deusa aquecendo sua cama que até te fez esquecer do jantarzinho comigo. - alfinetei.

- Nossa! E eu achando que já estava perdoado... - dizia ele fazendo beicinho.

- Mas está. Foi apenas uma constatação. Quem sou eu para cobrar você né? - insinuei levantando da cama e me dirigindo ao banheiro.

- Você é uma tremenda gata gostosa que eu quero comer todinha agora. - uau! Que homem insaciável!

Era incrível como eu também desejava aquele homem. Desde a primeira vez que eu vi o William, foi coisa de pele. Obviamente, eu não fiz nenhum doce e deixei ele me espremer contra a parede, beijar o meu pescoço, arrancar o que ainda sobrava da minha roupa e me comer no chão do quarto dele. Um belo café da manhã, diga-se de passagem.

- Você costuma brindar as suas deusas sempre com esse tipo de café da manhã? - eu disse, de propósito, para instigá-lo.

- Você ainda não viu nada, baby. Poucas tem esse privilégio. - disse ele se espreguiçando depois da adrenalina e esparramando aquele biceps maravilhoso para mim.

- Bom, hora de ir para casa né? - eu disse recolhendo minhas roupas pelo chão.

Antes que ele respondesse, fomos interrompidos pelo celular do William que tocava. No início, achei que podia ser uma das deusas dele ligando, mas depois pelo tom dele percebi que era o Tavinho.

- Acho que você não vai se livrar de mim tão rápido assim, não. - dizia ele me abraçando por trás e me dando um beijo na nuca, depois de desligar o celular. - Tavinho acabou de ligar e tem a parte dois. Ele vai fazer um churras lá na casa dele.

- Churras? Nossa, o Luis Otávio está mudando mesmo hein? - espantei com o bom humor e o sentimento comunitário dele. Em outros carnavais, ele já teria dispensado a Lili para traçar a próxima.

- Pois é. Uma hora todo mundo muda. Bora para um banho? - disse William se despindo na minha frente e me deixando um pouco tonta e excitada.

Oi?! O que foi esse comentário? Alguma espécie de confisão? Do tipo, gata, eu também era um garanhão e me regenerei?

****

Apesar de toda a minha relutância, não consegui convencer o William a me deixar ir para casa, tomar um banho decente no meu chuveiro e mudar de roupa. Ele bateu o pé e venceu essa batalha. Tive que tomar banho com ele e deixá-lo me levar até o meu apartamento sob muita cara feia.

Chegamos à casa do Tavinho de mãos dadas e todos logo nos olharam com sorrisinhos maliciosos. Tavinho foi o primeiro a alfinetar.

- E aí, Will, conseguiu domar a fera? - dizia ele dando um tapinha nas costas do amigo.

- Tavinho! Para de pegar no pé da Diana. - recriminava Lili

- Isso mesmo, Lili, acho bom ele mudar o foco porque se eu começar a falar dele... a coisa não vai ficar legal. - respondi a altura.

- Bem, que tal irmos agilizando o almoço, meninas? - era Betina quem abafava o caso, incrivelmente. Não é que o Dudu tá fazendo um bem para ela?

...

- Dona Diana, pode ir contando tudo e nos detalhes hein? - era Lili quem dava um tapinha na minha bunda, curiosíssima com o desempenho da minha noite passada.

- Resolveu garantir a sua sobremesa e parar de fazer doce? - era Betina quem queria confirmar.

- Não só garanti a sobremesa como o café da manhã também. - suspirei ao confessar a noite maravilhosa para as meninas.

- Ai, meu Deus, tá até suspirando é, nega? Pelo jeito, o gatão aí recompensou o atraso muito bem. - ria Lili.

- Olha, uma coisa eu tenho que confessar: ele sabe o que fazer viu? E muito bem!!! - ri também.

- Posso saber por que as mocinhas estão rindo tanto? - era Luis Otávio quem atrapalhava o nosso clube da luluzinha.

- Coisas de mocinhas, amor. - disse Lili dando um selinho na boca do amado.

- Esse é o meu medo. Bem, enquanto a minha orelha não arder! A gente tá indo comprar carvão e já volta ok?

- Não demora tá? - era Lili quem se melava toda para o amado.

- Vamos num pé e voltamos no outro. Aproveitem para continuar com as coisas de mocinhas... - alfinetava ele.

Voltamos a cozinhar e, obviamente, a fofocar também. Enquanto Betina descascava os legumes, confessava que tinha tido mais uma noite agitada com Dudu. O garotão estava no pique e não deu um segundo de paz a ela. As olheiras que Betina carregava não deixavam ela mentir. Por sua vez, Lili, que lavava o arroz, confessava que Tavinho tinha dado uma e depois caído em sono profundo e ela não tinha pregado o olho de raiva e também na esperança de que ele acordasse e terminasse o serviço, mas tinha sido em vão. E eu, comecei a ser sabatinada pelas meninas, enquanto fazia um vinagrete.

- Depois dessa noite maluca de amor, então, quer dizer que vai render? -perguntava Betina.

- Não sei, gente. O William é um cara legal, gostoso, transa bem, mas não me passa confiança. Meu sexto sentido diz que é melhor eu não me animar tanto assim.

- Lá vem você com o seu pessimismo e as suas confusões. - dizia Lili.

- Não é isso gente! É a segunda vez que eu vejo o cara. Hoje, mais especificamente, a terceira. E em todas as outras vezes, a gente transou, foi bom e só. O cara é um galanteador, galinha. Isso vocês não podem negar... como eu posso confiar assim?

- Ok se você não confia, mas bem que pode ir tirando uma casquinha. Um amigo colorido faz um bem danado. E acho que você precisa de um. Vai fazer bem para sua pele. Olha só para você! Parece até que saiu de um peeling.

Rimos com o comentário da Lili e continuamos a tagarelar sobre nossos possíveis relacionamentos e a preparar o almoço.

****

Almoço pronto e nada dos meninos voltarem. Começamos a ficar intrigadas e com a pulga atrás da orelha. Lili já tinha ligado um trilhão de vezes para Tavinho, mas só dava caixa postal.

- ONDE VOCÊ ESTAVA?! - berrou Lili quando Tavinho abriu a porta com Dudu se escondendo atrás para não levar bordoadas também.

- CALMA, Liliana! Não seja exagerada! - gritava ele - Eu demorei para encontrar um posto com carvão. Só isso.

- E o seu celular? -perguntava ela de braços cruzados - Por que não atendeu?

- Eu não ouvi tocar. Agora será que eu posso ir colocar a carne para assar?

- Só uma coisinha. - perguntei - Cadê o William? - perguntei ao perceber que ele não tinha entrado na casa.

- Ele recebeu uma ligação e disse que já vinha para cá. Parecia preocupado. Acho que mais um problema familiar. - dizia Dudu

- Mais um?! Quantos parentes ele tem afinal? - perguntei intrigada.

Dudu e Tavinho seguiram para a churrasqueira nos deixando intrigadas.

- Calma, meninas! Diana, relaxa! - dizia Betina.

- Agora entendem porque eu não confio nesse cara? Em menos de 24 horas, dois problemas supostamente familiares e me deixou de boba. Ele não me conhece... - peguei uma cerveja e fui bater as tamancas no sofá.

- Lili?! Vamos mudar esse bico? Não vamos estragar o clima do churrasco né, gente?

- Clima, que clima, Betina? Vai brigar com o Tavinho porque ele já estragou. Ele acha que eu sou uma idiota? Eu já cansei dos truques baratos dele. Não tá me custando nada meter uns bons chifres na cabeça dele. Não me dá atenção, vive cheio dessas historinhas furadas e ainda anda brocha. Tá merecendo! - bufava Lili de um lado a outro da sala.

- Então é isso que você acha de mim, Liliana? Que eu sou um bosta mentiroso e brocha?

O circo estava armado e o barraco do casal pimenta ia começar. Luis Otávio chegava na sala e flagrou o desabafo da Lili.

- Gente, acho que não é hora e nem lugar para lavar roupas sujas né? - eu dizia tentando acalmar os animos.

- Agora que começou eu quero que ela vá até o fim, Diana. Deixa a sua amiguinha falar. Continua, Lili? - Tavinho já começava a ficar alterado e ia se aproximando de Lili como cão raivoso.

- Calma, Tavinho! - era Dudu quem tentava amansar a fera.

- É isso mesmo, Luis Otávio. Eu estou cansada de você me tratar como uma idiota mimada. Acha mesmo que eu acreditei nessas historinha de não achar carvão? Confessa! Qual das suas piriguetes vocês foi visitar? Fala, fala!!! - ninguém segurava Lili quando estava brava.

- Acha mesmo que eu ia armar um churrasco na minha casa para as amigas da minha namorada se eu quisesse comer outra garota? Você mesma se tira de idiota, Lili! Vai continuar com a ceninha?! Eu que sou um idiota mesmo. Enquanto eu me preocupo em arrumar uma tarde agradável, você fica me difamando para suas amiguinhas. Quer dizer que não dou conta do recado? Tá insatisfeita é? Os incomodados que se mudem.

- É o que eu vou fazer mesmo. Para mim, esse churrasquinho já deu. Eu vou embora.

- Lili, Lili... - dizia Betina que saiu correndo atrás dela.

Fiquei paralisada olhando para a cara do Luis Otávio. Ainda estava desacreditada da cena.

- Não se sinta culpada, Diana. Pode ir também. Acho que a Lili vai precisar muito mais de você do que de mim. - Tavinho dava as costas desconsolado. Não sei por quê, mas tive dó dele.

****

Ao chegar no hall do prédio, trombei enlouquecida com William que chegava todo perdido e atrasado.

- Epa! Peraí, gata. Tá indo onde? - dizia ele ainda tentando me abraçar.

- Me larga! - empurrei ele - Você chegou tarde demais. Eu tenho que ir.

- Calma aí! - William me pegou pelo braço - Eu tive um problema. Você vai aonde? E o churrasco?

- Foda-se você e o seu problema. Ou melhor, leva ele para sua cama. O churrasco acabou para gente, mas acho bom ir consolar o Tavinho porque ele vai precisar.

Aproveitei a fúria da Lili e despejei nele. Saí correndo e deixei William com cara de idiota na porta do elevador. Por pouco não fiquei para trás, saí gritando atrás do carro da Betina que quase virava a esquina. Me joguei dentro dele e fomos em disparada para a casa da Lili, que só chorava de soluçar no caminho.

***

- Bebe essa água e tenta se acalmar! - eu dizia entregando um copo de água com açúcar para tentar acalmar os animos da Lili que só tremia.

- Eu mato aquele canalha! Como ele ousa me enganar daquele jeito? Vocês viram como ele me tratou na frente de vocês? - dramatizava ele.

- Mas você bem que provocou também. Vamos ser sinceras, Lili. - Betina trazia o tom da realidade.

- É, Lili! Não que eu queira defender ele, mas acho que o Tavinho estava sendo sincero. Você tinha que ver o olhar de cachorro sem dono dele quando você saiu da casa. - era minha sinceridade falando por mim.

- Esse olhar não me comove mais, Diana! Ai, meninas, me desculpe por estragar o churrasco. Vocês estavam tão animadas. Mas é que o Tavinho me tira do sério... e o Dudu? Coitado. E o William, chegou? Eu vi ele entrando correndo no prédio quando a gente saiu.

- Não se preocupa, Lili. O importante é você se acalmar. Terão outros churrascos e o William teve o que mereceu.

Passamos a tarde a acalmar e distrair a nossa ferinha indomável chamada Liliana. Apesar de saber o final da história, a gente sempre cuida dela. E, confesso, que nossa tarde de coisas de mocinha foi bem mais divertida.


PAPO DE CALCINHA: VOCÊ JÁ TEVE ALGUM ENCONTRO DE CASAL DESASTROSO? DIVIDA COM A GENTE!!! OU DÊ SUA OPINIÃO SOBRE O ENCONTRO DE LILI, BETINA E DIANA.

3 comentários:

Jullyana Santana disse...

Esse William e suas saídas repentinas viu, sei não.. kkkk Ansiosa pelo próximo episódio xP

Mirella G. disse...

KKKKKKK .. Meu Deus !! Q loucura, é tb acho bem estranho essas saidinhas dele.. será q tem um filho ou algo genero ?! Bom, só teve uma vez que um casal brigou feio na minha presença, foi um churras na casa do meu namorado. Mas eles ja voltaram e estão numa boa. :)

Anônimo disse...

Adorei seu blog , to seguindo , segue também ? http://pensamentosfemininoos.blogspot.com.br/